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Vendas no comércio despencam 2,7% e recessão se aprofunda

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13/08/2015 - 09:00

Desempenho do comércio varejista no primeiro semestre foi o pior em 12 anos. O setor, que já foi um dos principais motores da economia, amargou queda de 2,2% no movimento. Em junho, a comercialização caiu 2,7% em relação a igual mês de 2014

 

A crise econômica está pesando sobre o varejo e colocando de vez o setor – que foi um dos principais sustentáculos da economia nos últimos anos – no atoleiro. Golpeadas pelo encarecimento do crédito, pela disparada da inflação e pelo aumento do desemprego, que reduz o poder de consumo da população, as vendas no comércio caíram 2,7% em junho em relação a igual mês do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro semestre, a queda foi de 2,2%, o pior resultado para o período desde 2003. O cenário, no entanto, é mais crítico do que há 12 anos. Analistas apontam que o ambiente de recessão e crise politica tecem uma conjuntura perversa para a atividade e para a retomada da economia.

O tombo do comércio no primeiro semestre é um sinal de que o consumo das famílias, que representa cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB), pela ótica da demanda, terá a primeira queda desde 2003. Rodrigo Baggi, economista da Tendências Consultoria, projeta uma retração de 3,2% das vendas no setor varejista e um recuo de 0,7% do consumo em 2015. Se as previsões se concretizarem, a retração no faturamento não superaria a queda de 3,7% daquele ano, mas o outro indicador ficaria empatado. “O impacto disso na economia será bem relevante e contribuirá para o encolhimento de 2,3% da economia do país”, disse. As projeções ainda poderão ser revisadas, mas, ao que tudo indica, para baixo.

Em 2003, as condições da conjuntura eram similares às atuais. No primeiro ano de governo do ex-presidente Lula, o ambiente para o consumo não era nada favorável. No primeiro semestre, o dólar também havia ultrapassado os R$ 3,40, a inflação era alta e a taxa básica de juros (Selic) chegou a 26,5% ao ano – bem acima da atual, de 14,25%. No entanto, a política de austeridade econômica adotada surtiu efeito e, mesmo amargando contração nas vendas, o comércio vislumbrou um horizonte melhor no ano seguinte, conta Fabio Bentes, economista-sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

“A crise que estava instalada se encerrou com o resgate da confiança dos empresários. Para eles, as medidas de ajuste foram recebidas como um recado de que o governo não seria negligente com a inflação e a combateria, ainda que tivesse como custo os efeitos do crédito mais caro”, explicou. No entanto, se em 2003 o PIB registrou crescimento de 1,1% e, no ano seguinte, o total de riquezas produzidas no país avançou 5,7% e as vendas subiram 9,4%, o mesmo não ocorrerá em 2015 e 2016, avalia Bentes. “O problema é que, embora os números sejam parecidos, no início do governo Lula o varejo estava subindo a ladeira e recuperando o fôlego. Agora, não sabemos ainda o quão fundo é o poço, e o quanto o comércio vai piorar.”

 

Fonte: Correio Braziliense

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