O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, frustrou expectativas em relação ao seu discurso de encerramento do tradicional seminário da autoridade monetária nacional, organizado anualmente no Rio. Analistas esperavam alguma pista sobre os próximos passos do ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic, hoje em 11% ao ano). A dez dias da próxima reunião do Copom para definir os rumos da Selic, porém, o presidente do BC não alimentou especulações.
Para alguns economistas presentes no seminário, mais importante do que o discurso em si, foi um questionamento feito por Tombini, na última mesa-redonda do seminário, a Erdem Basci, presidente do BC da Turquia, sobre os impactos de novas medidas para aumentar a liquidez na zona do euro. A pergunta pode ter sinalizado preocupação com o possível aumento de fluxos de capital também para o Brasil, e a consequente valorização do câmbio.
Tombini traçou um cenário de recuperação da economia global, mas que ainda inspira cuidados. Sobre o tema de discussão do último painel do seminário - o impacto da retirada de estímulos monetários nos países ricos sobre a economia global -, ele ressaltou que o Brasil e a maioria dos países da América Latina estão preparados, com “fundamentos econômicos e financeiros sólidos”.
Fonte: Jornal O Popular