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Tarifa de energia deve levar IPCA a 1% em janeiro

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12/12/2014 - 09:31

O sistema de bandeiras tarifárias deverá ser uma pressão adicional importante na inflação de janeiro de 2015. Economistas consultados pelo Valor calculam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do primeiro mês do ano pode superar 1% com o encarecimento da energia elétrica em função do novo regime, o que levaria o indicador acumulado em 12 meses a estourar novamente o teto da meta, de 6,5%, logo após ter voltado a ficar abaixo desse limite em dezembro de 2014.

As bandeiras vão indicar aos consumidores se usinas térmicas mais caras estão sendo acionadas, modelo que permitirá antecipar repasses de custos às tarifas dos gastos adicionais com a geração de energia. A bandeira verde indica que não haverá reajuste. A bandeira amarela sinaliza condições menos favoráveis e um adicional de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Já a bandeira vermelha, que indica condições "bastante desfavoráveis", implicará acréscimo de R$ 3 a cada 100 kWh.

 

 

No cenário da LCA Consultores, o ano começará com bandeira verde nos subsistemas Norte e Sul, mas no principal do país, o Sudeste/Centro-Oeste, a bandeira estará vermelha, assim como no Nordeste, o que significa um reajuste de cerca de 10% nas contas de luz. Por conta do novo regime, o economista Fabio Romão estima que o item energia elétrica residencial vai aumentar 7,8% no IPCA de janeiro, o que adicionará 0,22 ponto percentual ao indicador oficial de inflação.

Já nos cálculos de Priscilla Burity, do banco Brasil Plural, que trabalha com bandeira vermelha em todos os subsistemas no período, o IPCA acumulado em 12 meses começará 2015 em 6,9%, assumindo que o indicador mensal terá alta de 1%, com impacto de 0,25 ponto percentual vindo das tarifas de energia elétrica. "Basicamente, o regime de bandeiras muda a sazonalidade dos preços de energia", comenta a economista, já que os reajustes que normalmente seriam incorporados nas revisões tarifárias das distribuidoras serão antecipados para janeiro.

Sem a entrada em vigor do sistema de bandeiras, Romão calcula que o IPCA de janeiro ficaria no nível esperado para dezembro, em 0,72%. Com a pressão adicional das contas de luz, no entanto, o indicador deve subir 0,94%, num período já marcado por aceleração de outros grupos, como alimentos. "Não será um janeiro extraordinário, mas mesmo assim a inflação será pesada."

Na média de 2015, a LCA estima que o item energia elétrica vai subir 20,9% dentro do IPCA, previsão revisada para cima recentemente, em função do reajuste de 46% da tarifa de potência da usina de Itaipu, que serve de base para o pagamento mensal das distribuidoras pela energia contratada. Do percentual projetado para alta ao consumidor, Romão avalia que cerca de dez pontos estão relacionados ao início do regime de bandeiras, partindo do pressuposto de que, na média do ano, a bandeira deve ficar amarela em todos os quatro subsistemas.

Segundo Adriana Molinari, da Tendências Consultoria, o novo sistema de cobrança não alterou sua projeção para alta média de energia esperada para o próximo ano, que permanece em 18,6%, mas deve concentrar uma parte considerável do ajuste em janeiro. Assim como o Brasil Plural, levando em conta que o ano começará com bandeira vermelha em todos os subsistemas, Adriana avalia que os preços de energia vão aumentar 8,8% no primeiro mês de 2015, o que levará o IPCA a avançar 1,3%. Se confirmada, essa seria a maior alta do indicador para o mês desde 2003, quando a inflação no primeiro mês do ano foi de 2,2%.

Elson Teles, do Itaú Unibanco, tem projeção parecida para os preços de energia em janeiro, de aumento de 8,5%. Teles observa que, além da aceleração esperada para as contas de luz, outros fatores devem levar o IPCA a subir perto de 1% no período, como reajustes de tarifas de transporte urbano e a recomposição total do IPI para automóveis 1.0, que deve subir de 3% para 7% já na virada do ano. "Em janeiro, provavelmente teremos um salto na inflação", diz o economista.

 

Fonte: Valor Econômico

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