No período de janeiro a março deste ano, 3,11% dos cheques emitidos em Goiás foram devolvidos, resultado mais elevado que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o índice atingiu 2,6%, conforme dados divulgados ontem pela Serasa Experian. Este ano, a cada mil cheques emitidos, 31,1 foram devolvidos por falta de fundos. Já no País, houve uma ligeira redução. No mesmo período, caiu de 2,2% para 2,15%.
Embora cada vez mais em desuso em função da preferência dos usuários e empresários pelos cartões de crédito e débito, a pesquisa aponta que a quantidade de cheques devolvidos continua elevada em Goiás. Segundo o presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), José Evaristo dos Santos, o índice médio de aceitação de cheques sem fundos é de 2,2%, o que corresponde a 22 cheques a cada mil emitidos. “Esse volume maior de cheques sem fundos pode ser explicado ao fazermos a proporção medida pela redução de cheques compensados”, diz. Nos cinco primeiros meses do ano foram compensados 12,668 milhões de cheques ante 15,836 milhões de cheques compensados no mesmo período do ano passado – uma redução de 20%.
O indicador do Serasa Experian de Cheques Sem Fundos leva em conta a quantidade de documentos compensados, ou seja, o total de cheques encaminhados para a câmara de compensação interbancária do Banco do Brasil (BB). Na compensação, o cheque pode ser tanto pago quanto devolvido. A pesquisa registra como ‘devolução’ o cheque que voltou duas vezes por falta de fundos.
José Evaristo acredita que o nível de endividamento do goiano é a principal justificativa para a inadimplência. Ele lembra que uma pesquisa realizada mensalmente pela Fecomércio revela que, em maio, 48,9% das famílias goianienses estavam endividadas, Dessas, 25,4% admitiram não ter condições de honrar seus compromissos. “Esse dado é muito preocupante. No mês anterior esse índice foi de 19,8%”, diz. Ele acredita que esse índice possa começar a cair no segundo semestre.
Fonte: Jornal O Popular