Economia cresceu 1,3% no período, abaixo dos 2,1% dos trimestres anteriores
A economia goiana diminuiu o ritmo de crescimento no terceiro trimestre de 2014. O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado cresceu 1,3% de julho a setembro em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado, porém, está abaixo do registrado no primeiro e segundo trimestres deste ano, quando a economia goiana avançou 2,1% em cada período. No acumulado do ano, o ganho é de 1,9%. O dado preliminar foi divulgado ontem pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan).
A baixa, de acordo com Dinamar Maria Ferreira Marques, gerente de Contas Regionais e Indicadores da Segplan, é creditada à queda no consumo das famílias, que seguem atentas à alta inflacionária e à redução da oferta de crédito. Segundo ela, o comércio goiano, cujo peso na atividade econômica do Estado é de 15%, recuou tanto no segmento varejista quanto no atacadista. “Estamos inseridos num contexto nacional que impacta o resultado regional”, justifica.
O setor agropecuário é outro que registrou recuo, de 3,3%, devido às condições climáticas que afetaram produção e preços. Ainda de acordo com a gerente de Contas Regionais e Indicadores da Segplan, o setor, que tem a capacidade de promover um efeito multiplicador em toda a cadeia produtiva, responde por 14% na estrutura do PIB goiano.
Indústria
Por outro lado, coube ao setor industrial (que cresceu 2,8%) puxar o resultado positivo da economia goiana. Todos os segmentos que compõem a atividade tiveram variação positiva, com destaque para a indústria automobilística (que teve alta de 24,8%) e produtos químicos (16,5%), seguidos de biocombustíveis (8,6%) e alimentos (4,7%). Já os serviços (alta de 1,8%) foram impulsionados pelo crescimento nas atividades de alimentação, alojamento, transportes, administração pública, serviços prestados às empresas e aluguel. O valor estimado para o PIB goiano no terceiro trimestre do ano atingiu R$ 36,4 bilhões.
Para o economista Paulo Borges, doutor e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e da Faculdade de Tecnologia Senac Goiás, a economia goiana continua crescendo acima da média nacional, que registrou recuo de 0,2% no terceiro trimestre do ano, mas está perdendo fôlego. “E partindo do princípio de um 2015 de forte ajuste fiscal econômico no País, o governo estadual precisará melhorar a responsabilidade fiscal para enfrentar esse mar de turbulência”, pondera.
Diferencial
A gerente de Contas Regionais da Segplan diz que o fato da estrutura produtiva do Estado ser mais voltada para o mercado interno, ajuda. Ainda assim, a expectativa é de que a economia goiana feche 2014 com crescimento de 2%, abaixo dos 3,9% registros no acumulado de 2013. Porém, muito acima da nacional, cuja alta do PIB deve girar entre 0,2% e 0,4%.
Segundo ela, as incertezas provocadas pelos desdobramentos do processo eleitoral (eleições presidenciais), queda nos investimentos, baixo crescimento do consumo das famílias, taxas de juros elevadas, que desestimulam o consumo, e a crise econômica na Europa e na Argentina são alguns fatores que prejudicarão a economia nacional neste ano, logo, as economias regionais.
O economista Eber Vaz lembra que o período de festas de fim de ano movimenta o varejo, por isso aposta numa retomada do comércio goiano neste quarto trimestre. “A produção industrial, por outro lado, pode registrar um recuo”, declara. O economista também aposta numa redução do nível de incertezas no ambiente econômico nacional e regional.
Fonte: Jornal O Popular