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Política fiscal faz juro futuro disparar

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01/11/2013 - 09:05

Os juros futuros foram às alturas ontem na BM&F, em uma escalada que começou logo após a abertura dos negócios e se acentuou ao longo dia, em razão da confluência de indicadores domésticos e externos. Os prêmios começaram a engordar já no início do pregão, impulsionados pela dupla formada por resultado fiscal pífio do governo central em setembro e dólar na casa de R$ 2,20. O caldo entornou de vez à tarde, quando dados bons nos Estados Unidos desencadearam um movimento de aumento do retorno dos títulos americanos (Treasuries) e fortalecimento global do dólar.

Na BM&F, a taxa do contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 - mais ligado à percepção de risco - atingiu máxima de 11,51% no meio da tarde e encerrou os negócios a 11,47% - 17 pontos-base acima do nível de quarta-feira.

A questão fiscal doméstica e a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) possa começar a fechar a torneira de liquidez em dezembro provocaram um elevação dos prêmios. Ao comunicado do Fed na quarta-feira se somou ontem a divulgação do Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de Chicago. O índice atingiu 65,9 pontos em outubro, acima do esperado (55 pontos), revelando um bom desempenho da atividade.

Especialistas temem que o início da reversão da política monetária americana possa vir de mãos dadas com um rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil - uma combinação capaz de jogar o real na lona e turbinar os prêmios no mercado de juros futuros. O governo central (Tesouro, Previdência Social e Banco Central) apresentou déficit de R$ R$ 10,473 bilhões, o pior desempenho para um mês de setembro desde 1997. Levando em conta o setor público consolidado, houve déficit de R$ 9,048 bilhões, o pior para os meses de setembro desde 2001, início da série histórica. O Tesouro conta com recursos do bônus de assinatura do leilão de Libra e o dinheiro do programa de recuperação fiscal Refis para cumprir a meta de superávit primário de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.

Faz tempo que operadores e estrategistas de renda fixa colocam nas costas da política fiscal o aumento dos prêmios de risco. O apelo a receitas extraordinárias para entregar o superávit primário prometido joga mais lenha na fogueira da desconfiança, que foi acesa pelos chamados malabarismos contábeis. "Não faz muita diferença se o superávit vai ser 2,3% ou 1,5% [do PIB]. O número em si não é importante, porque todo mundo sabe que não é um resultado confiável", afirma Flavio Serrano, economista sênior do BES Investimentos.

A disparada do dólar à tarde ajudou a empurrar as taxas dos contratos futuros mais ligados à expectativa para a condução da política monetária. Uma eventual rodada de depreciação da moeda brasileira, se confirmada, vai certamente respingar nas expectativas de inflação para 2014. O DI com vencimento em janeiro de 2015 - que reflete justamente as apostas para nível da taxa básica de juros (Selic) no próximo ano) - subiu de 10,53% para 10,57%. Segundo operadores, já espelha a perspectiva de que a Selic possa ultrapassar 10,50% em 2014.

Fonte: Valor


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