As perspectivas para a inflação do ano e de 2014 pioraram. Com a carestia resistente e a frustração com o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, que ficou em 0,55%, o mercado elevou a previsão para o custo de vida. Em 2013 e no próximo ano a expectativa é de que o indicador fique em 5,80% — os dados são do boletim semanal Focus. A alta de preços, além de apertar o orçamento do brasileiro, joga o governo em uma encruzilhada: com o baixo ritmo de crescimento, o espaço para subir os juros básicos (Selic) e arrefecer o custo de vida fica limitado e pior, se o aperto monetário for forte demais, pode enterrar a retomada da atividade.
Os analistas têm ainda se mostrado desconfortáveis com o acumulado de 12 meses do IPCA, que ficou em 6,49% no mês passado, praticamente no teto da meta perseguida pelo Banco Central. O incômodo com o custo de vida é também disseminado no governo, que, na última semana, levou a público os dois principais nomes da equipe econômica para assegurar que tudo está sob controle. Primeiro o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que foram tomadas as medidas necessárias para impedir que os diversos setores da economia sejam contaminados pela elevação de preços. Depois, na última sexta-feira, Alexandre Tombini, presidente do BC, voltou a afirmar que está vigilante e que fará o necessário para reduzir a inflação. Para ele, é preciso que haja uma retomada da confiança na economia brasileira para o país crescer de maneira mais robusta e sustentável.
Fonte: Correio Braziliense