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Novos aumentos de juros serão aplicados com parcimônia, indica BC

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12/12/2014 - 09:33

BRASÍLIA  -  O Comitê de Política Monetária (Copom) mantém a postura “especialmente vigilante” diante das pressões inflacionárias, mas renovou a indicação de que novos aumentos de juros tendem a ser implementados com parcimônia daqui por diante.

As mensagens estão na ata do encontro da semana passada do colegiado, divulgada nesta manhã, que explica por que o Banco Central optou por intensificar o ritmo de elevação da meta da taxa Selic para 0,5 ponto percentual, elevando-a de 11,25% ao ano para 11,75% ao ano, de forma unânime.

Os modelos do BC, segundo o documento,  projetam inflação relativamente estável em 2015, na comparação com os valores estimados na reunião do Copom de outubro, mas acima da meta de 4,5%. Para os três primeiros trimestres de 2016, diz o BC, a expectativa é de que a inflação vai entrar em trajetória de convergência para a meta, definida em 4,5%, mas “as projeções também apontam inflação acima da mesma, tanto no cenário de referência quanto no de mercado”.

A postura “especialmente vigilante” já constava de documento anterior do Copom, de outubro. Mas  a ata divulgada nesta manhã  emenda, logo em seguida: “Entretanto, considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária, entre outros fatores, o Comitê avalia que o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia”.

Longo declínio da inflação

A ata incorpora em seu texto a avaliação feita pelo presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, de que a inflação deve ficar mais alta no curto prazo, mas entrar em um período de longo declínio ainda em 2015. “Nesse contexto, o Comitê não descarta a ocorrência de cenário que contempla elevação da inflação no curto prazo, e antecipa que a inflação tende a permanecer elevada em 2015, mas ainda no próximo ano entrar em longo período de declínio”, diz o parágrafo 27 da ata.

O documento também soma indicação dada por Tombini de que o Copom trabalha com um horizonte de convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5%, até o fim de 2016. A ata informa que as ações futuras de política monetária “serão tomadas com vistas a assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas, que, na visão do Comitê, tende a ocorrer em 2016”. Até então o BC falava apenas em assegurar a convergência “tempestiva” da inflação.

Recuperação da economia

No lado produtivo, o BC acredita que a atividade econômica tende a entrar em trajetória de recuperação em 2015, mas apenas no segundo semestre do ano.

O BC mantém a tese de que o consumo tende a crescer em ritmo moderado e os investimentos tendem a ganhar impulso. No entanto, “a velocidade de materialização das mudanças acima citadas e dos ganhos delas decorrentes depende do fortalecimento da confiança de firmas e famílias”.

O BC também repete a avaliação de que um cenário de maior crescimento global, combinado com a depreciação do real, militam no sentido de torná-lo mais favorável ao crescimento da economia brasileira. O quadro externo, porém, segue complexo, com riscos elevados para a estabilidade decorrente do comportamento dos juros de economias maduras. 

Política fiscal

O documento também traz importante reavaliação sobe a política fiscal. O colegiado dá um voto de confiança ao compromisso fiscal assumido pelo ministro indicado da Fazenda, Joaquim Levy. Ele se comprometeu com um superávit primário de 1,2% do PIB em 2015 e resultados não inferiores a 2% do PIB nos dois anos subsequentes. O Copom diz que a entrega dos superávits primários prometidos “contribuirá” para criar uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico e estimulará “o investimento privado”.

Pela primeira vez, a ata menciona a possibilidade de a política fiscal se descolar para a zona de contenção no horizonte relevante da política monetária. O comitê também vê boas chances de haver uma retração do crédito oficial subsidiado - e é mais positivo sobre as chances de a política fiscal estimular o investimento privado.

O BC também cita na ata que são grandes as probabilidades de moderação na concessão de crédito subsidiado, incorporando, assim, mais um aceno de Levy sobre a política parafiscal, que engloba a expansão da carteira de bancos públicos e programas de crédito a custos inferiores aos praticados pelo mercado.

“O Comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito. Além disso, atribui elevada probabilidade a que ações nesse sentido sejam implementadas no horizonte relevante para a política monetária”, diz o texto.

 

Fonte: Valor Econômico

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