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Mulheres têm R$ 1,1 tri para gastar

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08/03/2013 - 10:00

Elas são donas de casa, cuidam dos filhos, trabalham, escolhem os produtos a serem consumidos pela família e ainda dão a palavra final na hora de comprar um carro. Esse é o perfil da nova mulher brasileira, que, desde a década de 1990, conquista um papel de destaque na sociedade e na economia, fruto do crescimento da renda, do investimento em educação e do aquecimento do mercado de trabalho. Com essa pujança, em 2013, o público feminino incrementará o consumo com R$ 1,1 trilhão. Em 2003, o valor era de R$ 602 bilhões. O aumento foi de 83%. O dos homens cresceu 45%.

Com todas essas transformações, atividades que eram de exclusividade dos homens, passaram a ser compartilhadas pelo casal. A pesquisa "Tempo de mulher", do instituto Data Popular, apontou que 86% das esposas decidem as compras feitas no supermercado, 79% escolhem o destino de férias das famílias, 58% definem o modelo e a marca do carro e 53% estabelecem que computador será comprado para a casa. Na avaliação do presidente do Data Popular, Renato Meireles, o público feminino é protagonista do novo Brasil que consome mais a cada ano. Para ele, as empresas precisam se adequar a essa nova realidade para conquistar cada vez mais espaço em um mercado competitivo. "As mulheres são a bola da vez", afirmou.

A situação do público feminino no Brasil, principalmente no ambiente metropolitano, mudou drasticamente desde de a década de 1990, segundo Lúcia Garcia, coordenadora nacional da Pesquisa Nacional de Emprego e Desemprego (PED), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), do Ministério do Trabalho e Emprego. Lúcia explicou que, nos últimos 20 anos, o crescimento da renda, o aquecimento do mercado de trabalho e os investimentos em educação das mulheres estão em ascendência. "Hoje, somos metade da força de trabalho urbana do país", destacou.

Capacitação
Apesar das melhorias, a pesquisadora ressaltou que as mulheres têm salários menores que os dos homens e ainda são uma exceção em postos de chefia em empresas e no setor público. As taxas de desemprego delas também são maiores que as dos homens (leia quadro ao lado). Lúcia detalhou que isso ocorre porque há uma preocupação das mulheres em dividir as obrigações do trabalho com as tarefas familiares. "Ainda assim, a maioria dos domicílios é chefiada por pessoas do sexo feminino. Mesmo com essas restrições, as famílias dependem das mães. Há motivos de sobra para comemorar, mas os desafios continuam", completou.

Um dos fatores fundamentais para a ascensão social e econômica das mulheres é o investimento em educação. Dados do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010 indicam que, entre os brasileiros entrevistados com 25 anos ou mais, 12,5% das mulheres e 9,9% homens tinham pelo menos o nível superior completo. Entre aqueles que tinham emprego e a mesma faixa etária, a diferença aumenta. Das mulheres, 19,2% tinham concluído o ensino superior, enquanto a participação masculina nessa categoria é de 11,5%.

Na avaliação do especialista em educação da Universidade de Brasília (UnB) Célio da Cunha, as mulheres têm buscado espaço em cursos tradicionalmente masculinos, como a engenharia, por exemplo, ou até mesmo em carreiras militares. Em outros, como a medicina, dividem igualmente o número de vagas com os homens. Cunha também relatou que o sexo feminino ainda é predominante no magistério da educação básica. "As professoras são fundamentais para a formação das futuras gerações e precisam ser valorizadas", disse.

Mudanças
Para o especialista em comércio varejista, Roberto Mier, existe uma distorção nas novas relações de consumo entre as empresas e o público alvo feminino. Ele comentou que o fato de os cargos de direção serem exercidos exclusivamente por homens compromete o processo de interação com as consumidoras. Na avaliação de Mier, o nível de interação para conquistar uma cliente é muito maior do que o necessário para entreter um homem. "As mulheres não estão preocupadas com a potência de um carro, mas sim com a segurança e o conforto que o veículo vai oferecer para uma família. Entre as principais fabricantes instaladas no Brasil, somente uma é presidida por mulher", detalhou.

Fonte: Correio Braziliense


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