Atenção! Você está utilizando um navegador muito antigo e muitos dos recursos deste site não irão funcionar corretamente.
Atualize para uma versão mais recente. Recomendamos o Google Chrome ou o Mozilla Firefox.

Notícias

Mesmo com pouca renda, aposentadas tentam garantir sustento de famílias

Facebook
Twitter
Google+
LinkedIn
Pinterest
Enviar por E-mail Imprimir
20/07/2015 - 09:45

Com benefícios de apenas um salário mínimo, elas precisam encontrar novas fontes de renda e seguir no mercado de trabalho para garantir o sustento de todos os dependentes

 


De menina abandonada pela mãe alcoólatra, em Carolina, no Maranhão, criada desde a infância por desconhecidos, trabalhando em troca de abrigo e comida, a matriarca de uma família enorme, e provedora de quatro gerações na capital federal. Essa é a trajetória de Conceição Ferreira da Silva, uma guerreira que nunca deixou a labuta e ainda hoje, aos 73 anos, costura numa fábrica social e vende dindim pelas quadras da Cidade Estrutural para engrossar a parca pensão e assegurar que nada falte aos seus. Conceição é mais uma brasileira sem direito a descanso entre os 6,5 milhões de idosos que permanecem no mercado de trabalho segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Sem guardar rancor pela infância perdida, Conceição, uma senhorinha miúda, com uma garra gigante, traz do passado a força de quem não desiste nunca e a disposição para ajudar quem precisa. Não teve sorte no casamento e deixou o marido, com quem teve oito filhos, no Maranhão. Em 1994, mudou-se para Brasília, para a casa da filha Juraci, que já tinha se estabelecido na capital, onde trabalhava como empregada doméstica e, hoje, tem um ponto de venda de caldos. “Quando cheguei, fiz de tudo. Trabalhei na cozinha, como faxineira, sacoleira, vendendo bolo no mercado. Eu já vendi de tudo um pouco nessa vida — comida, roupa, o que aparecia eu vendia para garantir o sustento”, conta.


Dos sete filhos ainda vivos, apenas um permaneceu no Maranhão. Todos os outros vieram aos poucos para o Distrito Federal. Genilson, que ficou na terra natal, é caminhoneiro, e numa das viagens deixou na casa de Conceição o filho Gustavo, hoje com 9 anos. “Garoto difícil de comer que só vendo”, diz a avó, que o cria com muito gosto. O filho Erson, 52 anos, casou-se com Alderina,com qum teve as filhas Taís, hoje com 25 anos, e Tainara, 22. Mas Erson, por causa de um acidente que quase lhe custou a amputação de um braço, perdeu os movimentos, a ponto de comprometer seu trabalho.

Taís e Tainara também têm filhos. Heitor, 5 anos, e Taila, 3, são de Taís; e a pequena Taiane, de 11 meses, é o bebê de Tainara, que está grávida novamente. “Ela é uma mãe para nós todos. Onde ela está, a gente está junto”, diz Alderina, referindo-se à sogra. Como Erson perdeu o benefício de invalidez, está sem renda e faz apenas bicos para sobreviver, Conceição ajuda na casa do filho, paga as contas que precisa, faz rancho quando falta a comida, e ainda ajuda na criação e no sustento de netas e bisnetos. “Foi ela que me arrumou o emprego na fábrica”, diz a nora.

Fonte: Correio Braziliense

Tópicos:
visualizações