Moeda avançou 1,39%, para o maior patamar desde 8 de dezembro de 2008. Bolsa iniciou outubro com recuo de 2,32%
O dólar encerrou o dia no patamar de R$ 2,48 e a Bolsa fechou em baixa pelo terceiro pregão seguido devido a fatores internos e externos que causaram preocupação aos investidores ao longo de ontem. O dólar à vista fechou com alta de 1,39%, a R$ 2,484 - na maior cotação desde 8 de dezembro de 2008.
No cenário doméstico, dados econômicos ruins têm contribuído para a saída de recursos do País, diz Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora de Câmbio. “Nós temos cada vez mais os fundamentos econômicos deteriorados. Ontem (terça), tivemos a divulgação da política fiscal, resultado pífio e que deixa em perspectiva uma redução de nota de crédito do País por agências internacionais.”
Para Nehme, o componente eleitoral agiliza esse processo de subida do dólar. As perspectivas são de novas altas da moeda americana, afirma o diretor da NGO, para quem o dólar deverá atingir um novo patamar, R$ 2,55 a R$ 2,60.
O Banco Central prosseguiu com seu programa de intervenção no mercado, vendendo 4 mil contratos de swap cambial (equivale a uma venda futura de dólar) e rolando o vencimento de 8 mil contratos que expirariam no início de novembro. No total, as operações injetaram no mercado mais de US$ 590 milhões ontem.
Bolsa
Afetado pelas pesquisas eleitorais divulgadas na véspera, que confirmaram o fortalecimento das chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o Ibovespa fechou o pregão de ontem em baixa de 2,32%, aos 52.858 pontos.
“Vimos nas últimas pesquisas que a vantagem (de Dilma) se manteve, e isso causa aversão por parte dos investidores estrangeiros, que não gostam desse perfil mais interventor do governo”, diz Bruno Piagentini, da Coinvalores.
Mas o cenário externo também influiu no mercado doméstico, segundo Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora. “Parte importante desse movimento está relacionada à queda dos mercados internacionais.”
Fonte: Jornal O Popular