A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), desacelerou este mês em Goiânia, fechando em 0,36%, ante 0,53% em abril. Mas em 21 meses o índice está 6,70%, ou seja, acima do teto da meta para a inflação oficial (IPCA), que é de 6,5%.
Em Goiânia e no País, a queda dos preços dos alimentos, perceptível no atacado há meses, finalmente alcançou o varejo e respondeu pela perda de ritmo da inflação em maio, exatamente como afirmou que ocorreria o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em seu discurso na terça-feira, na Câmara dos Deputados.
No País, o IPCA-15 apontou desaceleração dos preços de 0,51% em abril para 0,46% neste mês, provocada, sobretudo, pelo grupo de alimentos, cuja variação passou de 1% para 0,47%. O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial, o IPCA, que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 7 de junho. Para o mercado, o indicador é também o mais importante sinalizador do comportamento dos preços antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 29, na qual será definida uma nova taxa básica de juros.
O indicador divulgado ontem, entretanto, pouco alterou as expectativas dos analistas. “O IPCA-15 trouxe pouca informação adicional”, disse o ex-diretor do BC e atual sócio da Schwartsman & Associados, Alexandre Schwartsman.
Para o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) José Júlio Senna, o grande desafio de Tombini é demonstrar firmeza ao mercado, que é capaz de “ancorar as expectativas”. Senna acredita que o quadro ainda não é de descontrole.
Fonte: Jornal O Popular