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Indicadores: Economia em desequilíbrio

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06/05/2013 - 09:14

Crescimento do PIB este ano é duvidoso, gastos aumentam, importação cresce e produção nacional patina

São Paulo - Os recentes indicadores da economia brasileira revelam um desequilíbrio. A falta de harmonia está nos dados discrepantes. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano é duvidoso, apesar do mercado de trabalho aquecido e da inflação elevada. O governo também promove um aumento de gastos, mas o que cresce é a importação e a produção nacional parece ainda cambalear.

No primeiro trimestre, as contas externas tiveram um forte déficit de US$ 24,9 bilhões. Os US$ 13,3 bilhões do Investimento Estrangeiro Direto (IED) destinados para a produção não foram suficientes para cobrir o rombo. Os primeiros três meses do ano também apresentaram o pior resultado do superávit primário para o período desde 2010. E a inflação oficial - medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - chegou a 6,58% em 12 meses encerrados em março, superando o teto da meta de inflação, de 6,5%.

“Uma grande parte do problema da inflação é que o mercado de trabalho está apertado e caro. A deterioração da balança comercial e da nossa conta corrente é resultado da falta de competitividade”, diz Tony Volpon, diretor da Nomura Securities

Essa perda de competitividade da economia brasileira se tornou evidente nos últimos anos com a valorização do câmbio e o aumento real do salário dos trabalhadores. Para as empresas, o Brasil se tornou um país caro para produzir. E, de fato, estamos produzindo pouco, mas consumindo muito. Um levantamento da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) mostrou que a participação dos importados no consumo doméstico de produtos industriais atingiu 23,5% no ano passado. Foi a maior participação da série histórica, iniciada em 2003, quando era de 12,5%.

“Se de um lado você tem pleno emprego, do outro lado a indústria vai mal. E as vendas do varejo no mercado interno deixaram de crescer com a força que cresciam antes”, afirma Luiz Carlos Bresser-Pereira, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-ministro dos governos José Sarney e Fernando Henrique Cardoso

Esse momento mais expansionista do governo e o consequente afrouxamento da política fiscal acabam prejudicando a entrada de investimentos externo, avalia Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria. “Essas medidas acabam gerando maior incerteza, afastando recursos do País. E criam um problema de financiamento nas contas externas.”

Modelo de crescimento é criticado

São Paulo - O nó do Brasil também fica evidente porque o modelo de crescimento adotado nos últimos anos, de privilegiar mais o lado da demanda do que o da oferta, parece ser ineficaz atualmente. Os dados do PIB mostram que o crescimento dos últimos anos foi impulsionado mais pelo consumo do que pelo investimento - que, por sinal, recuou 4% no ano passado.

“O governo não tem tomado medidas que atendam o lado da oferta e expandam a capacidade produtiva”, afirma o economista Felipe Salto. “Não se investe de maneira eficiente em educação e em infraestrutura. Isso explica o fato de o Brasil estar crescendo pouco com uma inflação bem acima do centro da meta. Um país com os preços pressionados e que cresce pouco está reduzindo as possibilidades de crescimento potencial.

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Economistas cobram mais investimentos

Para o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que a presidente Dilma Rousseff age como “uma leoa” contra a alta dos preços. (Agência Estado) 05 de maio de 2013 (domingo)

São Paulo - O fato é que os desequilíbrios mostram que o governo tem de fazer ajustes. Os caminhos apontados pelos economistas vão desde a desvalorização cambial, passando pela melhoria do investimento e chegando até na necessidade de provocar uma folga no mercado de trabalho.

O que alguns também já colocam em questão é quando essas medidas de ajustes serão adotadas por causa da eleição presidencial de 2014.

Na semana passada, por exemplo, o aumento da inflação foi o tema dos principais palanques nas festas promovidas pelas centrais sindicais. O aumento dos preços serviu de arma para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável candidato à Presidência, dizer que o governo vem “perdendo o controle”.

De outro lado, a equipe econômica do governo federal admite que, se há desequilíbrios na economia, eles são resultados “inevitáveis, mas transitórios” das grandes transformações produzidas pela gestão Dilma Rousseff.

Uma fonte graduada da área econômica cita a radical mudança na trajetória da taxa de câmbio, que deixou de se valorizar ante o dólar e passou, a partir do ano passado, a se desvalorizar rapidamente. Desde o fim de 2012, o dólar está praticamente fixo, no patamar de R$ 2.

Fonte: Jornal O Popular


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