A desaceleração de preços de insumos e bens intermediários, especialmente na indústria, causou um alívio neste encerramento de ano e fez a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) passar de 1,52% em novembro para 0,49% em dezembro, conforme levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV). No último mês de 2014, o indicador tinha subido 0,62%.
O resultado de dezembro veio abaixo da estimativa média de 13 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, que apontava para alta de 0,56% no mês final de 2015. Desta forma, o IGP-M fecha o ano com aumento de 10,54%. Em 2014, a alta tinha sido de 3,69%.
IPA
Entre os componentes do IGP-M, o que mede os preços ao produtor (IPA) foi o que mais contribuiu para a descompressão, ao passar de 1,93% para 0,39% entre novembro e dezembro. Detalhando o IPA, fica mais clara a influência dos Bens Intermediários, que deixaram alta de 1,74% em novembro para registrar relativa estabilidade um mês depois (-0,02%). O subgrupo materiais e componentes para a manufatura influenciou no movimento, ao sair de 2% de avanço para 0,29% de baixa.
As Matérias-Primas Brutas também tiveram impacto na alta menor do IGP-M ao passarem de elevação de 0,96% em novembro para queda de 0,31% em dezembro. Os itens que mais contribuíram para essa mudança de rumo foram minério de ferro (-2,63% para -8,57%) e soja em grão (-1,06% para -2,59%), além de bovinos (2,07% para -0,28%).
Na origem do IPA, os preços dos produtos industriais registraram ligeiro recuo em dezembro, de 0,04%, depois de incremento de 1,68% um mês antes. Os produtos agropecuários também tiveram algum alívio, com alta de 1,49% no mês, na sequência de elevação de 2,60% em novembro.
No ano, o IPA acumulou alta de 11,20%.
IPC
Os preços ao consumidor aceleraram em dezembro, para 0,92%, após acréscimo de 0,90% um mês antes, embora tenham encerrado 2015 com alta de 10,24%, pouco abaixo do IGP-M geral.
De acordo com nota da FGV, o resultado no mês foi puxado pelo grupo Alimentação (1,37% para 1,70%). Com avanço na taxa de variação, apareceram ainda Educação, leitura e recreação (0,31% para 1,05%) e Despesas diversas (0,02% para 0,32%).
Em contrapartida, houve abrandamento no ritmo de alta em Transportes (1,42% para 0,98%), Habitação (0,65% para 0,51%), Saúde e cuidados pessoais (0,64% para 0,62%), Vestuário (0,72% para 0,53%) e Comunicação (0,28% para 0,14%).
INCC
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também ajudou na inflação mais contida de dezembro, ao marcar 0,12% de aumento, vindo de elevação de 0,40% no penúltimo mês de 2015.
A principal influência neste caso foi do indicador relativo a Materiais, equipamentos e serviços, que subiu 0,23%, seguindo alta de 0,86% em novembro. O custo da mão de obra teve avanço de 0,02%.
Fonte: Uol