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Economia: Tombini diz que inflação vai subir e só cai após 2015

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10/12/2014 - 09:13

Presidente do BC traçou um cenário de recuperação gradual da economia no próximo ano

Brasília - O custo de vida deve ficar ainda mais alto nos próximos meses, alertou ontem o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. O recado foi passado de uma maneira muito clara, como poucas vezes, se observou em sua gestão à frente da autarquia, iniciada em 2011. A promessa é a de que, após atingir um pico em 2015, a inflação comece a desacelerar. Ajudará nesse processo, de acordo com o presidente do BC, uma guinada na política fiscal com as metas da nova equipe econômica.

“Entendo que não deveria ser tomado como surpresa, nos próximos meses, um cenário que contempla inflação acima dos níveis em que atualmente se encontra”, avisou. O IPCA fechou novembro com alta de 6,56% em 12 meses, acima do teto da meta de inflação (6,5%). Tombini afirmou que o BC trabalhará para baixar o nível de inflação no ano que vem, mas a convergência para o centro da meta só deve ocorrer em 2016. A partir daí, acredita o presidente, os preços permanecerão controlados por muitos anos.

O discurso de Tombini no Congresso vem em linha com a decisão do BC de aumentar em 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros, a Selic, na semana passada. Causou estranhamento, porém, ele ter deixado de lado a palavra “parcimônia”, interpretada pelo mercado como senha de que o Copom não adotaria altas agressivas de juros. O termo foi retomado no comunicado que se seguiu à decisão de elevar a Selic a 11,75% ao an - um ritmo mais forte que o anterior - na reunião de outubro, o BC subiu os juros em 0,25 ponto porcentual.

IPCA

Por trás dessa expectativa de mais inflação, Tombini bateu na tecla novamente de que os preços controlados pelo governo devem ser reajustados mais fortemente no próximo ano. Represados nos últimos meses, essa previsão de alta é o que a equipe econômica tem chamado de “realinhamento de preços”. O mesmo vale para o dólar, que tem subido desde outubro. “A política monetária deve evitar que esses ajustes se espalhem para o resto da economia na forma de aumento persistente da inflação”, sentenciou.

Tombini disse estar “convencido” de que após “um curto interregno” a inflação passará por um “longo período de declínio” e atingirá o centro da meta de 4,5%. A questão é que em outros momentos como este o presidente do BC foi criticado por especialistas justamente por não conseguir domar a alta dos preços mesmo apresentando fatores que poderiam, segundo ele, contribuir para uma diminuição da inflação.

Para controlar os preços, o BC conta com suas próprias ferramentas, como a alta dos juros, e com o compromisso do ministro indicado da Fazenda, Joaquim Levy, de reduzir os gastos públicos. No ano que vem, a intenção é economizar 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para pagar o serviço da dívida pública. “É um número duro; na realidade, difícil, mas factível”, considerou.

Pela primeira vez no passado recente, Tombini parece contar com essa ajuda, de fato. “Levy traz essa política fiscal, dada a velocidade de crescimento da economia, para o campo neutro e, se cumprido, talvez até contracionista”, disse. Atualmente, segundo o BC, a política fiscal é neutra e, quanto mais “apertada”, menos trabalhoso é para a instituição. “Tenho falado isso há quatro anos.”

Ração diária

Apesar do discurso direto e pessimista sobre a inflação, o presidente do BC deixou os profissionais do mercado financeiro a “ver navios” sobre a possível continuação em 2015 do programa de swap cambial, apelidado de “ração diária”. Disse que ainda conta com duas semanas para tomar uma decisão.

Desde agosto do ano passado, o BC faz operações diárias equivalentes à venda de dólar no futuro. Com isso, pretende fornecer proteção aos agentes e diminuir parte do vaivém do dólar. Até agora, o BC já comprometeu pouco mais de US$ 100 bilhões com essas operações diárias.

Fonte: Jornal O Popular

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