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Dólar fecha em queda com perspectiva de fluxo e postura do BC

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15/04/2014 - 10:45

Por José de Castro | Valor

SÃO PAULO  -  A expectativa de mais ingressos de recursos e as constantes injeções de liquidez pelo Banco Central ditaram a queda do dólar ante o real nesta segunda-feira, o que fez da moeda brasileira a de melhor desempenho dentre as emergentes, que de modo geral perdiam terreno contra o dólar hoje.

A moeda americana, contudo, conseguiu sair das mínimas do dia. Segundo o operador de câmbio de um banco estrangeiro em São Paulo, houve fluxos para Ptax pela manhã, o que ajudou a segurar a cotação perto das mínimas. “Mas depois da definição da Ptax o mercado ficou mais ‘solto’ e apareceram compradores”, diz.

A Ptax, taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos, fechou em alta de 0,17%, para R$ 2,2096 na venda.

Ainda assim, o real se manteve em alta, mostrando um desempenho melhor que o peso mexicano, a lira turca e o rand sul-africano, por exemplo. De modo geral, as perspectivas de mais ingressos de recursos, principalmente devido ao juro brasileiro de dois dígitos e a captações externas, sustentaram a moeda brasileira.

Citando números da consultoria EPFR, o BNP Paribas informa em relatório que, na semana encerrada no dia 9 de abril, os fundos que investem em bônus brasileiros receberam ingressos da ordem de US$ 152 milhões. O país ficou atrás do México (US$ 246 milhões), enquanto a América Latina como um todo recebeu US$ 750,1 milhões em recursos para fundos de renda fixa.

Ainda de acordo com o banco francês, levando em conta números do monitor do regime de taxas “justas” de câmbio da instituição, o real está entre as moedas com menor potencial de aumento de volatilidade no curto prazo. Num grupo de 30 moedas de países desenvolvidos e emergentes, o par dólar/real é o terceiro menos propícia a uma alta da volatilidade de curto prazo, atrás apenas do par libra/dólar e euro/franco suíço. Os pares dólar/rublo russo, dólar/dólar canadense e dólar/sol peruano são os mais vulneráveis.

Na prática, a perspectiva de uma estabilidade na moeda brasileira tende a atrair mais fluxos para “ carry trade”, ampliando o potencial de valorização do real. No primeiro bimestre do ano, a renda fixa brasileira recebeu aport es de US$ 5,858 bilhões, uma disparada em relação ao superávit de apenas US$ 304 milhões do mesmo período de 2013.

E dados da BM&F endossam que a volatilidade do real tem permanecido relativamente estável. A volati lidade implícita de 21 dias das opções de dólar comercial tem ficado abaixo de 13% ao ano desde meados de fevereiro. Na última quinta-feira, último número disponível, a taxa estava em 12,515%, bem abaixo da máxima de 15,107% vista no dia 29 de janeiro, no auge da tensão com os mercados emergentes.

Outro fator que ampara a possibilidade de uma apreciação adicional da moeda brasileira é a leitura de que o Banco Central está confortável com o atual nível da taxa de câmbio, já que a inflação segue pressionada a despeito do aperto monetário.

“O BC vendeu swaps a R$ 2,20, R$ 2,19... E continua rolando os contratos que venceriam em maio. Não há dúvida de que o BC não está incomodado com a queda do dólar. Muito pelo contrário”, diz o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Hoje, o BC deu sequências às suas intervenções no câmbio. A autoridade monetária fez a rolagem de mais 10 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão, em operação equivalente a US$ 494,2 milhões. Com isso, o BC elevou a US$ 3,458 bilhões o montante em swaps rolado até o momento e que tinha maio como mês de vencimento. O lote total com expiração no próximo mês é de US$ 8,733 bilhões.

Mais cedo, o BC vendera todos os quatro mil contratos de swap cambial, em oferta líquida. A operação funcionou como uma injeção de US$ 198,6 milhões no mercado futuro e ampliou a US$ 86,757 bilhões a posição do BC vendida em dólar por meio desses papéis.

No fechamento, o dólar comercial caiu 0,27%, para R$ 2,2150, após tocar uma mínima de R$ 2,2070. No mercado futuro, onde os negócios se encerram às 18h, o dólar para maio cedia 0,20%, para R$ 2,2235, depois de bater R$ 2,2155 mais cedo.

No exterior, o peso mexicano tinha ligeira alta de 0,17% contra a moeda americana, que por sua vez subia 0,16% contra o rand sul-africano e 0,39% em relação à lira turca. Ante uma cesta de divisas, o dólar avançava 0,33%, puxado principalmente por dados mais fortes sobre o varejo americano.

(José de Castro | Valor)

Fonte: Valor


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