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Custo de vida: Inflação abocanha R$ 18 por mês do salário mínimo

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09/05/2013 - 09:08

Índice de abril em Goiânia foi o menor do País, mas no ano acumula alta de 2%, o que corrói os salários
A notícia parece boa. Com a desaceleração dos reajustes dos alimentos em abril, Goiânia teve a menor inflação do País no mês passado, de 0,31% para as famílias com renda de até 40 salários mínimos (IPCA) e 0,30% para as que recebem de um a cinco salários (INPC). Mas os dados perdem o viés positivo quando se analisa o contexto no ano de 2013, que acumula mais de 2% de alta de janeiro a abril. Para um assalariado que ganha R$ 678,00, o aumento do custo de vida corrói R$ 18,04 de sua remuneração mensal. É como se ele ganhasse apenas R$ 659,96.
“O aumento de 9% no salário mínimo no início do ano vem sendo dilapidado mês a mês. Dos R$ 678,00, R$ 18,04 já foram devorados pela inflação”, afirma o economista Aurélio Troncoso, que fez os cálculos para O POPULAR. O cenário é ainda mais preocupante quando se observa os índices de preços acumulados nos últimos 12 meses - IPCA de 6,70% e INPC de 7,47%, segundo informações divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (veja quadro). Segundo Aurélio, que coordena Centro de Pesquisas Econômicas e Mercadológicas (Cepem) das Faculdades Alfa, nesse ritmo, o assalariado chegará ao fim do ano com R$ 50,18 a menos na remuneração mensal. Ou seja, terá apenas R$ 627,82 como poder real de compra.
Em abril, o reajuste dos medicamentos fez com que o grupo de saúde e cuidados pessoais tivesse o maior índice em Goiânia - 1,19% em média. Mas quando a pensionista Leni Gomes Bezerra, 70 anos, faz as contas, os gastos com os sete remédios diferentes que consome todo dia representam um aumento acima de 10%. “Eu pagava de R$ 170,00 a R$ 180,00 na farmácia. Este mês, gastei R$ 200,00. Para quem ganha pouco, como eu, é muito caro”, relata.
Dona Leni mora com um neto e faz as despesas da casa com a pensão que recebe no valor de um salário mínimo, além da ajuda de um filho. Ela sente de perto o poder de compra diminuído a cada mês, quando vai às compras. “Você faz as compras num mês e paga um tanto de dinheiro. No outro mês, se for comprar as mesmas coisas, tem que pagar mais. Ou então, compra menos”, descreve.
A funcionária pública Eliane da Conceição, 44 anos, se diz assustada com o preço do feijão. Segundo ela, o quilo do produto que, há poucos meses, custava R$ 2,99, agora, está R$ 6,00. “O jeito é comer menos para economizar”, afirma. Com o recuo do preço do tomate (que na opinião de Eliane ainda está caro), o feijão voltou a ser o maior vilão da inflação dos alimentos, ressalta Aurélio Troncoso.
Apesar alimentação em alta, para Eliane, o que mais pesa no seu orçamento mensal são as contas de água e energia elétrica. Juntas, ultrapassam os R$ 120,00 e comprometem um quarto da sua renda.

Famílias de baixa renda são as mais afetadas

Ao longo do ano, o peso da inflação entre os mais pobres e os mais ricos é de quase um ponto porcentual em desfavor de quem tem renda menor. O principal motivo está no tipo de consumo. As famílias com menores rendimentos concentram seus rendimentos principalmente nos alimentos, que são os que mais tiveram reajustes este ano.
A forma como o governo federal vem conduzindo a política econômica do País, com desoneração de produtos e serviços (carros, eletrodomésticos, material de construção e, mais recentemente, a conta de energia e a cesta básica) é criticada por Aurélio Troncoso. “Tudo aquilo que o governo vem subsidiando passa automaticamente a incentivar o consumo. Se aumenta a procura por um bem, mas não aumenta a oferta do mesmo, sobe-se o preço. É o princípio básico do processo inflacionário. Fazer galanteios com o chapéu alheio e muito fácil, o difícil é combater a inflação.”
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IGP-DI tem deflação de 0,06% em abril

Rio - A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou deflação de 0,06% em abril, após avançar 0,31% em março. O IGP-DI acumula alta de 6,83% em 12 meses e 0,76% no ano, divulgou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou dentro do intervalo das projeções do mercado.
De acordo com estimativas de 40 instituições do mercado financeiro, as expectativas foram de -0,13% a 0,15%. Foi inferior, entretanto, à mediana de +0,06%.
Os números captados pela FGV no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de abril mostram tendência de desaceleração para o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O efeito deve ser sentido já no IPCA de maio, segundo o economista do Ibre/FGV André Braz. “Estamos migrando para um período de inflação mais baixa e menos espalhada”, disse.
O IGP-DI capta preços no atacado que ainda vão chegar ao consumidor. Segundo Braz, a grande contribuição para a desaceleração futura da inflação deverá vir de alimentos, que foram vilões nos últimos meses, mas estão com movimento de recuo de suas taxas em vários estágios da cadeia produtiva, mostrando que a tendência de queda é consistente.
A queda é efeito do início da safra ou melhora na produção de vários alimentos, entre eles milho e soja. No caso do consumidor, também aparece em abril de forma mais expressiva o resultado da desoneração anunciada no fim de março pelo governo, que zerou PIS e Cofins para uma série de alimentos como açúcares, óleos, gorduras e carnes.
Fonte: Jornal O Popular   
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