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Custo de vida: Energia puxa alta da inflação

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06/02/2015 - 09:10

Índice é o mais alto para o mês de janeiro desde 2003. Mensalidades escolares também pesaram no orçamento

O bolso do goianiense já vinha indicando más notícias com as altas registradas nos últimos dias, mas o índice inflacionário na capital surpreendeu até mesmo os especialistas. Fechada em 1,78%, a inflação em Goiânia, no mês passado, foi a maior para os meses de janeiro desde 2003, quando o índice chegou a 2,60%. A informação é da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), que divulgou ontem a pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), realizada mensalmente pelo Instituto Mauro Borges (IMB) .

De acordo com o gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do IMB, Marcelo Eurico de Sousa, a principal vilã do período foi a energia elétrica, que apresentou alta de 10,45%. Outros responsáveis pela aceleração do IPC, de dezembro a janeiro, foram as mensalidades escolares, tanto do ensino fundamental (16,41%) quanto do ensino médio (18,59%), além do cigarro (8,48%), cuja alta não era prevista.

Dessa forma, os grupos que mais impactaram a inflação do último mês, como ressaltou Marcelo Eurico, foram Alimentação (1,79%), Habitação (2,61%), Despesas Pessoais (5,20%) e Educação (10,01%). “O reajuste do salário mínimo e o aumento no preço do aluguel e de alguns serviços, como trabalhador doméstico, manicure e pedicure também tiveram suas parcelas de responsabilidade no índice inflacionário”, explicou.

Segundo ele, juntos esses fatores resultaram em uma inflação muito mais alta que a registrada em janeiro (1,13%) ou em dezembro (0,88%) de 2014. Com relação ao acumulado dos últimos 12 meses, o índice ficou em 9,12%, também superior ao verificado no ano anterior, que fechou em 5,74%. “Aliás, índice mais alto que o atual, em Goiânia, foi registrado somente em maio de 2008, quando a taxa foi de 1,97%”, destacou.

Peso no bolso

Os reflexos da alta da inflação, segundo o produtor musical Eduardo Gadelha, 19, já puderam ser sentidos no bolso. Ele, que mora sozinho, afirma que o maior impacto até agora veio por conta dos preços dos alimentos e dos combustíveis.

No entanto, é para a diferença na conta de energia que Eduardo está se preparando, pois a tarifa teve reajustes no mês de janeiro e terá novo aumento até março. “A impressão é que a gente não vai dar conta de arcar com todos esses reajustes nos preços, especialmente porque são em produtos essenciais, impossíveis de serem cortados do dia-a-dia”, comentou.

Eduardo acha injusto o governo querer reerguer o País da crise econômica amparado somente no dinheiro de quem ganha pouco. “Até porque o salário, por mais que tenha aumento, não acompanha a forma com que as coisas ficam mais caras no mercado.”

Más perspectivas

Infelizmente para Eduardo e os demais consumidores, os especialistas alertam que a inflação não deve cair por enquanto. Segundo Marcelo Eurico, do IMB, a tendência é de aumento, especialmente para fevereiro, quando o índice inflacionário refletirá a alta no preço dos combustíveis, reajustados no início da semana. “No segundo semestre a tendência é de uma leve retração, mas é bom ninguém ficar animado demais”, avisou.

Sobre o movimento inflacionário ao longo de 2015, o economista Adriano Paranaíba também não vê um cenário melhor. Conforme ele, as perspectivas são de que os preços continuem aumentando e apertando o orçamento de todo mundo. “Não é só aqui em Goiânia, a situação está ruim em todo o Brasil”, disse.

Conforme os economistas, é possível que a inflação feche o ano em dois dígitos, tão alta quanto jamais registrada desde que o Plano Real entrou em vigor. “O pior de tudo é que estamos vivendo o tipo mais negativo de inflação, que inside sobre insumos, como a energia elétrica e os combustíveis”, disse.

Cesta básica

Assim como a inflação, o preço da cesta básica em Goiânia também subiu em janeiro. Conforme dados do IMB/Segplan, o aumento foi de 2,50%, chegando ao valor de R$ 274,84. A diferença foi considerada expressiva pelos economistas, já que em dezembro de 2014 esse o valor foi de R$ 268,13.

Conforme Marcelo Eurico, no acumulado de 12 meses a alta da cesta básica já registra 11,37%. “Oito dos 12 produtos que estão na cesta básica ficaram mais caros e a redução só pôde ser identificada em quatro”, ressaltou.

Dentre os produtos que registraram aumento nos preços, no último mês, estão as frutas, (12,46% ), o feijão (9,06%) e os legumes e tubérculos (5,77). Entre os que apresentaram queda nos preços, se destacaram o leite e seus derivados, com queda de 4,31, e o pão, que apresentou recuo de 2,22%.

Fonte: Jornal O Popular

 

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