Em julho, a cada mil cheques compensados no Estado, 29,3 foram devolvidos por falta de fundos, aumento de 14,6% frente a junho
Ao contrário da economia goiana, que sinaliza uma pisada no freio neste início de segundo semestre, pelo menos no volume de vendas do comércio varejista, os cheques sem fundo começam o período em alta. Com alto endividamento, redução do poder aquisitivo, em decorrência da inflação e aumento da taxa Selic (8,5%) - cujo índice reflete na elevação dos juros dos cheques especiais e cartão de crédito – o consumidor pode estar buscando uma nova forma de empréstimo: o uso do cheque pré-datado.
Em Goiás, em julho, segundo a Serasa Experian, o número de cheques compensados chegou a 2,703 milhões ante 2,403 milhões no mês anterior – um incremento de 11,09%. Desde outubro do ano passado, os goianos não utilizavam tanto o talão de cheques, na ocasião, foram compensados 2,887 milhões. Dos cheques compnsados em julho deste ano, 2,93% foram devolvidos, pela segunda vez, por falta de fundos. Esse índice é maior que o registrado em junho passado, que foi de 2,88%.
O economista e especialista em finanças pessoais Ot Vitoy afirma que o consumidor está com menos dinheiro para liquidar suas dívidas, em consequência do aumento do endividamento, elevação do custo de vida e maior gasto nas datas comemorativas como o Dia dos Namorados e Dia das Mães. “Como recurso o consumidor começa a utilizar mais o cheque pré-datado”, diz.
Ele lembra que o consumidor deve fazer análises do orçamento familiar e tentar amortizar dívidas, quitando as contas com juros mais altos e também fazer um estudo com o intuito de reduzir os gastos da família. “As famílias devem fazer uma autoanálise e diminuir as dívidas de cartão de crédito e cheque especial”, diz.
Uma forma de ajudar a controlar os cheques pré-datados em seu orçamento é sempre anotar valores e datas de compensação. Vale lembrar que o cheque é uma ordem de pagamento à vista.
No acumulado do ano, Goiás ficou em 17º lugar no ranking dos Estados com maior número de cheques devolvidos (3,05%), acima da média registrada nacionalmente, de 2,07%.
No País, o porcentual de cheques devolvidos subiu em julho para 2,03%. O resultado do mês passado representa aumento frente aos 1,94% de junho. O número também é maior que o visto em julho de 2012, quando o percentual alcançou 2%.
Fonte: O Popular