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Consumo: Endividamento é recorde em 1 ano

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06/06/2013 - 10:11

Em maio último, o número de famílias goianas com dívidas em atraso chegou a 100,6 mil, contra 67,3 mil no mesmo mês de 2012

Com uma renda mensal familiar de R$ 1,5 mil, para sustentar três pessoas, a pensionista e estudante Jacqueline Carmo de Lima, perdeu o controle de sua vida financeira em 2010. A engrenagem de funcionamento do cartão de crédito a seduziu.

Ela costumava pagar a parcela mínima emitida pela operadora enquanto continuava gastando o restante do crédito disponível. A dívida inicial, que estava na casa dos três dígitos, atingiu R$ 3 mil. “Há um ano decidi renegociar as dívidas e tenho mais 12 meses para acabar de pagar essa quantia”, afirma.

Despesas como aluguel, remédios, água, energia, alimentação e transporte consomem praticamente o restante de seu orçamento. Ela calcula que, mensalmente, sobre apenas R$ 100 para qualquer eventualidade. Por isso, não tem intenção de aumentar o consumo.

A história do orçamento familiar da pensionista é o retrato do que vem acontecendo na vida financeira de boa parte dos goianienses. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) e de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgados ontem pela Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio – GO), em maio passado, 25,4% das famílias entrevistadas, ou seja, 100,6 mil, revelaram que estão com contas em atraso, ou seja, inadimplentes. Este é o maior índice registrado nos últimos 12 meses. Para se ter ideia, nesse mesmo período do ano passado, eram 67,3 mil famílias – uma elevação de 49,44%.

Baixa renda

Para o economista especialista em finanças pessoais, Ot Vitoy, boa parte desses inadimplentes é composta por famílias de baixa renda. “Muitas pessoas gastaram e não se preocuparam em observar a capacidade de pagamento. Eles se perderam em termos financeiros, mas melhoraram em termos patrimoniais”, ressalta.

Ele lembra que os goianienses precisam aprender a colocar as contas na ponta do lápis, já que além do comprometimento do orçamento com financiamentos de carros e motos, por exemplo, ainda há o aspecto inflacionário que engole, gradativamente, a renda familiar. “Temos uma inflação camuflada. Embora os índices estejam na casa dos 6%, muitos itens subiram mais de 10%”, ressalta.

Prova desse descontrole orçamentário é que 51.826 famílias admitiram que não terão condições de pagar suas dívidas. Esse número corresponde a um incremento de 71,74% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para complementar todo esse cenário turbulento, também houve avanço no número de famílias endividadas. Em maio de 2013, 193.637 famílias, ou seja, 48,9% dos entrevistados, afirmaram ter qualquer tipo de dívida. Em maio de 2012, 161.711 famílias estavam nessa condição.

A pesquisa revela um longo período de comprometimento dessas famílias (46,8%) com suas dívidas, o que acarreta diretamente em queda de intenção de consumo – a menor registrada este ano, conforme a pesquisa. Essa é a realidade do vendedor Agrepino Soares Vilela.

“Tenho mais 12 parcelas para quitar minha moto e até lá não pretendo comprar muita coisa”, diz. A conta é simples. Somente para pagar a parcela da moto, o vendedor reserva 35% de sua renda. “Ganho R$ 700, pago mais R$ 150 de aluguel e ainda tenho minhas despesas pessoais.”

Fonte: Jornal O Popular


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