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Comércio: Cheques sem fundos batem recorde em Goiás

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22/01/2015 - 09:06

A cada mil cheques compensados em Goiás, no ano passado, 35 foram sem fundos, de acordo com levantamento do Indicador Serasa Experian. Segundo a série histórica da pesquisa, o número é recorde nos últimos oito anos no Estado, tomando como início da análise o índice de 2007, quando a quantidade de cheques devolvidos foi de apenas 22,3 em mil compensados.

O número desse tipo de calote em Goiás ficou acima até mesmo da média do Centro-Oeste, de 33, 4 cheques devolvidos. O Estado só ficou atrás no porcentual de cheques devolvidos pelas Regiões Norte e Nordeste, que apresentaram o índice de 46,6 e 45,5 cheques sem fundo, respectivamente, e lideram o ranking. A média brasileira da inadimplência de cheques também não foi melhor. No País, o número de cheques sem fundo passou de 20 a cada 1 mil compensados, em 2013, para 20,4, em 2014.

Cenário econômico

Conforme o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, dois fatores econômicos foram os responsáveis pela maioria dos cheques devolvidos no País, considerando também o Estado de Goiás: a alta da inflação e o aumento dos juros, que tornaram as despesas mais caras e reduziram o orçamento do brasileiro para o pagamento de outras dívidas.

No entanto, como fez questão de ressaltar o especialista, a emissão dos cheques não aumentou no Brasil. Ao contrário, a quantidade de cheques que entram no mercado está cada vez menor. O problema identificado é que a má qualidade dessa forma de pagamento está crescendo. “Quando mais tecnológica é a região, menos cheque se usa nesse lugar.”, acrescentou Rabi.

Mau planejamento

No caso de Goiás, de acordo com o economista e coordenador do Centro de Pesquisas Econômicas e Mercadológicas das Faculdades Alfa, Aurélio Troncoso, a maioria dos cheques emitidos está ligada às compras no comércio, especialmente atacadista. Polos têxteis, como as lojas e shoppings da Rua 44, são lugares onde essa forma de pagamento é mais utilizada devido às altas quantias comercializadas diariamente.

O problema, conforme ressaltou, é que normalmente as pessoas não conseguem cumprir seus compromissos financeiros, especialmente no caso de valores muito altos, devido a um mau planejamento. “É um risco que os comerciantes correm, especialmente porque os bancos não se responsabilizam por esse tipo de pagamento, coisa que as operadores de cartões de crédito se preocupam, garantindo uma espécie de seguro na eventualidade do consumidor não quitar seu débito”, comentou Troncoso.

Alto prejuízo

Meiriane Carneiro, também empresária do setor têxtil, não pode deixar de receber cheques, já que eles representam 70% de suas vendas. Apesar disso, ela acumulou um prejuízo de, aproximadamente, R$ 40 mil somente no ano passado.

A maioria dos cheques, segundo ela, pertencia a clientes que compravam para revender, mas que não aguentaram o impacto da economia nos negócios e acabaram fechando as portas. “Já fiz tudo o que podia para receber dessas pessoas. O jeito agora é deixar a vida correr e prestar mais atenção na hora de aceitar esse tipo de pagamento”, disse Meiriane.

Fonte: Jornal O Popular

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