Para cada mil cheques compensados em 2012 no Estado, 27,5 não tinham fundos, diz pesquisa da Serasa
Nunca foram devolvidos tantos cheques por insuficiência de fundos em Goiás como no ano passado. Em 2012, a cada mil cheques compensados, foram devolvidos sem fundos,27,5 (2,75%), segundo Indicador Serasa Experian divulgado ontem. Por outro lado, com a entrada dos cartões de crédito e de débito no mercado, os lojistas estão utilizando deste recurso com o intuito de blindar a inadimplência. Como consequência, as emissões de cheques vêm, paulatinamente, diminuindo.
Os dados do Serasa Experian apontam que o volume de cheques sem fundos também cresceu nas comparações mensais no ano passado. Em dezembro, foram 31,8 cheques sem fundos a cada mil compensados, maior que o registrado em janeiro, 23,7 a cada mil compensados.
Motivos
Para o economistas do Serasa Experian, os cheques sem fundo experimentaram dois momentos diferentes em 2012: de janeiro a maio e de outubro a dezembro. Na primeira etapa, ocorreram seguidas elevações, com exceção de abril, quando foi registrada uma ligeira queda. Esse período refletiu as dificuldades do consumidor em quitar os cheques pré-datados emitidos no Natal de 2011, juntamente com as despesas típicas de início de ano - IPTU, IPVA e despesas escolares.
Por sua vez, nos três últimos meses do ano, a elevação dos porcentuais de devolução, 2,85%, 2,95% e 3,1%, respectivamente, são em decorrência do Dia das Crianças e do Natal, consideradas as melhores datas para o comércio.
A proprietária da Embalagens Araguaia, Andrea Krawczyk, afirma que trabalha somente com pagamento à vista e com cheques. Como prevenção contra a inadimplência, utiliza o sistema do SPC/Serasa para consultar o histórico do comprador. A família está há 41 anos no ramos de embalagens e, conforme ela, a maioria de seus clientes é fiel ao estabelecimento e, por isso, não tem prejuízos significativos. “Recebemos muitos cheques de clientes antigos e, principalmente, do interior”, conta.
Ela não sabe informar a quantidade de cheques devolvidos em sua loja ao longo do ano passado, mas comenta que o volume caiu juntamente com a diminuição de clientes que realizam esse tipo de pagamento.
Comportamento
A reportagem de O POPULAR entrou em contato por telefone com diversas empresas de segmentos diferentes que informaram a não aceitação de cheques como forma de pagamento. O investimento na ampliação de bandeiras de cartões de crédito e débito é uma forma encontrada pelos lojistas para atrair os consumidores sem cair no risco do calote.
Como prova, o consumidor está diminuindo a emissão de cheques. Em 2003, de acordo com dados do Banco Central (BC), foram emitidos 75,9 mil cheques em Goiás. Já em 2012, foram 34,8 mil - uma queda de 45%.
Fonte: Jornal O Popular