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Cheque especial:29% dos goianos no vermelho

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26/09/2014 - 08:41

Pesquisa feita pelo GuiaBolso revelou que, só em agosto, cada goiano pagou em média R$ 237 de juros

Quando o salário não dá para chegar até o fim do mês, muita gente acaba recorrendo ao cheque especial para conseguir pagar as contas. Uma pesquisa feita pelo site de finanças pessoais GuiaBolso mostrou que 29% dos goianos terminaram o mês de agosto com a conta corrente no vermelho, contra 26% dos brasileiros em geral. Segundo especialistas, isso evidencia um descontrole do orçamento pessoal e familiar, que pode causar sérios problemas financeiros.

O levantamento, realizado com mais de 8 mil pessoas no País, revela que cada goiano pagou R$ 237 de juros mensais no cheque especial. Para o fundador e administrador do GuiaBolso, Thiago Alvarez, o fato de quase um terço dos goianos recorrerem ao cheque especial é algo que surpreende.

Isso acontece, lembra, porque essa é uma linha de crédito pré-aprovada, muito conveniente e de fácil acesso. Por isso, tem maior risco para o banco e custa caro: 8,44%, em média, segundo a última pesquisa mensal da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Para Thiago, as pessoas pagam juros altos porque costumam subestimar suas despesas e superestimar sua renda. Outro problema é que muita gente acaba encarando o limite do cheque especial como um complemento de renda. “A partir do momento que você entra nele como algo corriqueiro, acaba acumulando um gasto grande no final do ano”, adverte. O problema tende a crescer, pois no mês seguinte o salário que entra precisa cobrir o rombo do mês anterior e a renda fica menor.

Educação

Quem está nessa situação deve usar recursos extras, como 13º salário e restituição do Imposto de Renda para resolver o problema. O economista Alen Rodrigues lembra que uma pessoa que todo mês usa R$ 1 mil no cheque especial por 15 dias, pagando a conta ao receber o salário, acrescentará uma despesa de R$ 50 de juros em seu orçamento, o que são R$ 600 em 12 meses. Mas, se a pessoa não pagar nada, terá acumulado uma dívida de R$ 3.295,35 em um ano e R$ 10.349,22 em 24 meses.

“É um dinheiro que vai para o ralo e que daria para comprar muita coisa importante”, adverte o economista. Por isso, o problema precisa ser corrigido rapidamente. Segundo ele, o uso recorrente do cheque especial indica uma falta de controle do real orçamento doméstico: o que se ganha e o que se pode gastar. Alen recomenda que, após uma renegociação com o banco, o correntista deve mudar sua rotina, cortando gastos, para conseguir quitar a dívida e fugir de uma “bola de neve”.

Educação

O crédito que não é sustentável pode prejudicar todo sistema financeiro de um País. O diretor de Educação Financeira da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fábio Moraes, lembra que um bom exemplo disso foi a crise americana de 2008, resultado de crédito concedido de forma descontrolada que fez o mercado “implodir” em determinado momento. Segundo ele, o sistema financeiro precisa ser sólido para evitar uma crise macroeconômica.

A preocupação do setor é micro e macro, ou seja, com o crescimento sustentável do crédito e um sistema financeiro sólido. Por isso, a Febraban desenvolve, desde 2010, um programa de educação financeira que oferece, gratuitamente, orientações sobre os produtos financeiros e organização do orçamento, através do portal Meu Bolso em Dia. “Nossa preocupação é que as pessoas utilizem o crédito de forma correta e não fiquem super endividadas, podendo ter até poupança”, explica Fábio.

O portal oferece informações didáticas sobre finanças pessoais para que brasileiros possam tomar decisões conscientes sobre o uso do dinheiro, do crédito e de bens financiados. Os usuários podem, por exemplo, baixar um software gratuito de gestão financeira, o Jimbo, que controla o orçamento pessoal e ainda planeja as despesas dos próximos meses. “Ninguém pode viver de cheque especial como se fosse salário”, alerta.

O engenheiro de computação Alysson Castro Veleda, já chegou a usar o limite do cheque especial várias vezes no fim do mês, quando o salário acabava. Ele lembra que seu banco ainda dava dez dias do mês sem juros na linha, mas, quando ele ultrapassava esse tempo, acabava pagando caro demais por todos os dias de uso, o que gerava um descontrole financeiro. Alysson resolveu colocar um ponto final no problema cancelando o cheque especial. “Assim, deixei de cair nessa armadilha, pois os juros são exorbitantes e corroem a renda”, justifica .

Fonte: Jornal O Popular

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