Ibovespa caiu 2,46%, a 45.477 pontos.
Ações preferenciais da Petrobras recuaram mais de 6%.
Bovespa amargou a terceira queda seguida nesta terça-feira (1), em meio a novos sinais negativos sobre crescimento econômico na China, enquanto permanecem as apreensões sobre o quadro macroeconômico e a deterioração fiscal no Brasil.
No encerramento do primeiro pregão do mês, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 2,46%, a 45.477 pontos. Veja a cotação.
Na semana, a bolsa acumula queda de 3,55%. No ano, a perda já supera 9%.
Principais quedas
A queda acentuada do índice foi puxada pela Petrobras pelas ações dos bancos, com forte peso no Ibovespa.
No caso da estatal, a queda chegou a 6%, acompanhando o recuo nos preços do petróleo, com os dados chineses amparando a correção negativa na commodity após as cotações dispararem na véspera.
Já no caso do Itaú Unibanco e Bradesco, o recuo foi de cerca de 2% e 3%, respectivamente. Os bancos fuguram entre as ações mais sensíveis no caso de um rebaixamento do rating soberano do Brasil.
Vale recuou mais de 2%, alinhadas ao movimento de papéis de outras mineradoras no exterior, após os números da China reforçarem o ambiente desfavorável para os preços do minério de ferro.
As ações da Smiles lideraram as baixas do dia, com desvalorização de mais de 8%.
Cenário doméstico e internacional
Operadores continuavam apreensivos com as perspectivas para as contas públicas brasileiras, após o governo enviar ao Congresso na véspera Orçamento prevendo inédito déficit primário (gastos maiores que as receitas, sem contar os juros) no ano que vem.
Na China, a atividade no setor industrial encolheu à taxa mais forte em ao menos três anos em agosto e o setor de serviços, que tem sido um dos únicos pontos animadores na segunda maior economia do mundo, também mostrou sinais de esfriamento.
O Goldman Sachs afirmou em nota a clientes que continua a esperar uma "desaceleração irregular" da economia da China, enquanto as perspectivas de crescimento de curto prazo permanecem obscuras.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, endossou apreensões acerca do ritmo da atividade mundial ao afirmar que o crescimento global provavelmente será mais fraco neste ano do que se esperava.
Do quadro doméstico, o chefe para América Latina da área de pesquisa do BNP Paribas, Marcelo Carvalho, destacou que, com o déficit orçamentário proposto para 2016, "o governo está efetivamente jogando a toalha no que diz respeito ao extremamente necessário ajuste fiscal", segundo a Reuters.
Na segunda-feira, o governo federal apresentou ao Congresso Nacional o projeto de lei Orçamentária de 2016 com déficit primário do governo central - Tesouro, Previdência e Banco Central - de R$ 30,5 bilhõesno próximo ano.
Queda de 8,33% em agosto
Na véspera, o Ibovespa caiu 1,12%, a 46.625 pontos. No acumulado em agosto, a bolsa caiu 8,33% - a maior perda mensal de 2015.
Fonte: G1