Selic sobe de 13,25% para 13,75% ao ano e atinge o maior nível desde janeiro de 2009
São Paulo - O Banco Central anunciou ontem o sexto aumento consecutivo da taxa básica de juros desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff e indicou que continuará a elevar a Selic para colocar a inflação na meta de 4,5% no fim de 2016.
A taxa, que serve de referência para o custo dos empréstimos e para a remuneração de investimentos, passou de 13,25% para 13,75% ao ano.
Os juros estão agora no maior nível desde janeiro de 2009. Naquele mês, o BC iniciou o processo de redução da taxa básica para reanimar a economia diante dos efeitos da quebra do banco Lehman Brothers nos EUA.
Vigilância
Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que o aumento dos juros é “um remédio que, infelizmente, tem de ser aplicado neste momento” -em referência ao fato de que a atividade econômica está em queda, o que pode ser agravado pelas elevações.
Horas antes de o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar a decisão, que foi unânime, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy afirmou que é importante que a instituição continue “vigilante”, palavra usada pelo próprio BC como uma “senha” para indicar aumentos de juros.
O governo afirma que medidas como o aperto monetário (juros mais altos, na prática, tiram dinheiro de circulação) são necessárias para derrubar a inflação e recuperar a confiança no País.
A alta dos preços está entre os fatores que levaram à queda do consumo e do PIB no primeiro trimestre de 2015. O IPCA (índice oficial de inflação) está em 8,17% nos 12 meses encerrados em abril.
No comunicado sobre o aumento, o BC repetiu o discurso de que tomou a decisão “avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação”. A votação unânime e a repetição da explicação são vistos no mercado como sinais de que o aperto nos juros não terminou.
A decisão do Copom era esperada pelo Planalto e pela maior parte do mercado financeiro, que projeta aumento para 14% na próxima reunião do comitê, marcada para a última semana de julho, neste que já é o maior período de aumento da Selic. Parte do mercado avalia que o BC pode levar a taxa para até 14,50% neste ano.
Fonte: Jornal O Popular