Ângela, da BB Seguridade: fator emprego é fundamental em seguros
A BB Seguridade estima em 15 milhões de pessoas, ou cerca de 25% da base total de correntistas do Banco do Brasil, o número de clientes da instituição financeira que tem "alta propensão" a consumir produtos de seguros. A afirmação foi feita ontem pela diretora de operações da companhia, Ângela de Assis, em entrevista a jornalistas. A seguradora voltou a afirmar que trabalha com a meta de ter 30% da base de clientes do banco com algum produto do universo de seguros nos próximos cinco anos. Hoje, a fatia está em 13%.
Ângela também defende que o grande número de servidores públicos entre clientes do BB contribui para reforçar esse crescimento. "Em seguros o fator empregabilidade é importante."
O dado reforça a promessa que a seguradora tem feito a investidores e analistas de continuar entregando nos próximos anos crescimento em patamar semelhante ao de 2013. "Temos um horizonte de três anos para manter crescimento em patamares na ordem que temos apresentado atualmente", afirmou o presidente da companhia, Marcelo Labuto, em teleconferência com analistas sobre o resultado. "Vamos buscar sempre estar com desempenho acima do mercado."
Em 2013, a BB Seguridade apresentou um lucro de R$ 2,26 bilhões, com avanço de 29% na comparação anual. O faturamento total da empresa - que inclui os prêmios de seguro, contribuições de previdência e arrecadação de títulos de capitalização - fechou o ano passado em R$ 43,35 bilhões, um crescimento de 30% ante 2012.
O curioso é que o patamar de 13% da base de clientes do BB que tem produtos da BB Seguridade é o mesmo desde a abertura de capital da companhia (IPO, na sigla em inglês), em abril, apesar de o forte crescimento da seguradora no período. "Foi um número que me surpreendeu em um primeiro momento. A questão é que a base de clientes do banco tem crescido com muita velocidade nesse período, o que mostra ainda mais o espaço que temos para avançar nela", disse Labuto
A BB Seguridade também promete crescer na base de clientes corporativos do banco. A aposta é a venda do seguro prestamista, que cobre casos de inadimplência, para pequenas e médias empresas. "O banco tem dois milhões de empresas com limite de crédito no BB em que ainda não coloquei o produto prestamista", disse Labuto.
Além do avanço entre a clientela do Banco do Brasil, a seguradora espera contar também com um alívio do cenário de juros para recompor uma parte do desempenho financeiro de 2013. A contribuição do resultado financeiro no lucro da BB Seguridade caiu de 30% em 2012 para 19% em 2013, puxada pela alta volatilidade da curva de juros.
"A parcela do resultado financeiro nas companhias será maior em 2014, em termos absolutos", afirmou Werner Süffert, diretor de finanças. Para ele, não só a volatilidade do mercado deve se concentrar em períodos mais curtos em 2014, como também o patamar mais alto da taxa básica de juros tende a melhorar a remuneração das aplicações da seguradora. "Hoje temos papéis com remunerações muito superiores a de anos passados, como 2012."
Fonte: Valor