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BB ingressa no mercado de ETFs

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25/11/2014 - 09:20

De olho no médio e longo prazo, a BB DTVM vai começar a atuar no mercado de ETFs (sigla em inglês para Exchange Traded Fund), os fundos de índices, a partir de sexta-feira (28). A gestora será responsável pelo BB ETF S&P Dividendos Brasil Fundo de Índice, que tem como foco empresas boas pagadoras de dividendos. O produto terá como objetivo refletir variações e rentabilidade, deduzidas as taxas e despesas, do índice S&P Dividendos Brasil (S&P Dividend Aristocrats Brasil Index).

A BB DTVM vai concorrer, assim, com o Itaú Unibanco, que oferece hoje um ETF atrelado ao Índice Dividendos (Idiv), da BM&FBovespa. O provedor do BB será a S&P Dow Jones Índices, com um índice de referência lançado em agosto de 2012 e rebalanceado uma vez ao ano. Conforme a provedora, ele procura oferecer rendimentos a partir da exposição a companhias consideradas mais estáveis por causa da política de dividendos relativamente duradoura.

As ações que passam nos critérios de elegibilidade, como capitalização de mercado e liquidez, são classificadas com base em seus dividendos. O índice considera a média de proventos distribuídos em janelas trimestrais num período de cinco anos, que deve se manter estável ou ser crescente. As 30 melhores pagadoras formam o índice. Há um limite de 8% para cada papel e de 35% para cada setor.

Papéis de companhias como Cemig, Telefônica Brasil, Ambev, AES Tietê, Coelce, Cielo, Natura, Vale, Lojas Renner e Valid integram a carteira. No acumulado do ano até o fim de outubro, o S&P Dividendos Brasil tinha alta de 4,78%, ante queda de 5,34% do Idiv. Nos últimos cinco anos, entretanto, o retorno do índice da S&P superou o da bolsa apenas em 2009 e em 2010.

Segundo Carlos Takahashi, presidente da BB DTVM, a instituição vem há mais de um ano desenvolvendo um trabalho para ingressar no mercado de ETFs, tentando entender seu funcionamento e a parte operacional. O foco está num horizonte mais distante.

"Acreditamos que esse é um mercado que ainda vai se desenvolver. [É um trabalho] para o futuro, sem o objetivo de gerar resultados imediatos, extraordinários no curto prazo", afirma. "Esse processo é para aprender a parte operacional para entrar de forma mais agressiva nesse mercado num momento mais adequado."

A experiência da área de renda variável da BB DTVM na gestão de fundos de dividendos está por trás da escolha do tema para a entrada no mercado de ETFs. Ainda que vá concorrer com o ETF do Itaú, Takahashi ressalta que é preciso ter cuidado para não haver sobreposição de alternativas que deixem o investidor mais confuso.

Destinado para pessoas físicas e jurídicas, o novo produto será negociado na BM&FBovespa sob o código "BBSD11", com lote padrão de dez cotas e taxa de administração de 0,50% ao ano. Embora não haja restrições, o presidente da BB DTVM não vê o público do varejo como o mais interessado. Na indústria brasileira de ETFs como um todo, a pessoa física responde por apenas 7,5% das negociações, segundo dados da bolsa de outubro. Os principais participantes desse mercado são os investidores institucionais (31,8%), estrangeiros (30,8%) e instituições financeiras (29,7%).

"A ideia é experimentar diversos segmentos em que atuamos. Obviamente, apesar de ser um produto bastante recomendado para o varejo, achamos que ele deve atingir primeiro o público do private e de alta renda. E vamos fazer um teste também com os institucionais, especialmente lá fora", diz Takahashi.

O terreno também está sendo preparado para a exploração futura dos ETFs de renda fixa. Assim como as demais casas que atuam nesse mercado, a BB DTVM vislumbra oportunidades no produto, ainda em desenvolvimento. Em outubro, ficou estabelecido que a negociação de ETFs de renda fixa ficará isenta de IOF. O instrumento também está dispensado do imposto semestral que atinge fundos tradicionais, conhecido como come-cotas.

Atualmente, o ciclo de alta de juros é um dos principais entraves para o mercado de renda variável como um todo e os ETFs não conseguem escapar desse cenário. Mas há também a questão do desconhecimento do instrumento. "É um processo natural de educação financeira. Ainda trabalhamos hoje num universo em que o investidor recorre a produtos mais conhecidos", assinala o presidente da BB DTVM.

Com o lançamento desta semana, o mercado passa a contar com 17 fundos de índice. Do total atual, nove são geridos pela BlackRock, seis pelo Itaú Unibanco e um pela Caixa Econômica Federal.

Embora mostre expansão de 14% no número de negócios no acumulado do ano até sexta-feira (21) em comparação a 2013 inteiro, a indústria de ETFs registra queda de 8,8% em volume financeiro. Ao fim de outubro, o mercado contava com 24,4 mil investidores, abaixo dos 26,4 mil de dezembro do ano passado.

 

Fonte: Valor Econômico

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