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Ata: BC faz defesa enfática de patamar de juros

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25/07/2014 - 10:48

Copom sinaliza que não deverá mexer na Selic até as eleições presidenciaisde outubro e vê inflação maior

Brasília e São Paulo - Diante de especulações do mercado e de pressões políticas de setores do governo, o Banco Central (BC) foi explícito ao dizer que não pretende reduzir os juros antes das eleições presidenciais, apesar da desaceleração econômica.

O recado, emitido, segundo assessores presidenciais, “para fora e para dentro do governo”, está na ata da reunião do dia 16 de julho do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, quando o BC manteve os juros em 11% ao ano.

Apesar de afirmar que a queda na atividade se tornou um fator “desinflacionário”, a ata diz que o cenário é de “inflação resistente nos próximos trimestres”. O IPCA (índice oficial) acumulado em 12 meses está em 6,52%, acima do limite do governo - de 6,50% em dezembro.

A ata usa uma linguagem mais direta que de costume. “Mantidas as condições monetárias - isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária - (a inflação) tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção (meados de 2016)”, diz o BC. A próxima reunião do Copom está marcada para 3 de setembro. Uma semana antes, será divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que pode apontar uma contração.

Nos últimos dias, investidores passaram a apostar que o Copom poderia cortar a taxa em setembro. A especulação se baseava na hipótese de que Dilma pressionaria o BC para cortar os juros antes da eleição, para incentivar a economia. A reunião seguinte do Copom será em outubro, já após o segundo turno.

A aposta vinha sendo reforçada dentro do governo e na cúpula da campanha de Dilma: alguns assessores defendiam corte na Selic para tentar reduzir o mau humor em relação à economia. O BC afirmou, no entanto, que a demanda de consumidores e empresas continuará “relativamente robusta” e que os reajustes salariais “ainda” são um fator inflacionário. Além disso, segundo o BC, é preciso combater os efeitos da alta do dólar e do reajuste de tarifas, que vão continuar subindo até 2016.

O BC vê a desaceleração do crédito como positiva, pois conteve o endividamento das famílias e o risco dos bancos.

Analistas afirmam que o próprio BC acionou a especulação, ao usar no comunicado divulgado após a reunião em que manteve a taxa, a expressão “neste momento”.

“Ainda não deu para entender porque eles mantiveram isso no comunicado”, disse Tony Volpon, diretor da corretora Nomura Securities.

“Agora, o BC deixou clara a sua estratégia. Um corte da taxa neste ano seria algo puramente eleitoral”, diz Raphael Juan, da BBT Asset.

Fonte: Jornal O Popular

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