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Alta da inflação dificulta novo reajuste de combustível, diz analista

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08/02/2013 - 09:43

A aceleração da inflação em janeiro acima das expectativas torna o cenário ainda mais difícil para novos reajustes da gasolina e diesel ao longo deste ano, reduzindo as esperanças de um necessário aumento dos combustíveis para o caixa da Petrobras, avaliam especialistas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira alta de 0,86% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro, a maior variação mensal em quase 8 anos.

"A janela de oportunidade para o reajuste (dos combustíveis) é a que se abriu com a queda nos preços de energia. Se mesmo com a redução nas tarifas o IPCA veio pressionado, é improvável um novo aumento (da gasolina e do diesel)", disse Lucas Brendler, analista da corretora Geração Futura.

Para o analista, o temor do governo com a escalada da inflação é maior do que as preocupações com o caixa da estatal Petrobras, que vem tendo prejuízo com a venda de combustíveis no País nos últimos dois anos, por importar combustíveis a preços mais altos que os de revenda no mercado interno.

Cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), feitos nesta quinta-feira, mostram que a gasolina nas refinarias no Brasil é vendida com defasagem de 13,8% ante os preços dos Estados Unidos, e o diesel, de 21,7%, mesmo após os reajustes concedidos no fim de janeiro.

O preço da gasolina foi reajustado em 6,6% na refinaria, em 30 de janeiro, enquanto o diesel subiu 5,4%. O governo estima uma alta menor para o consumidor, de cerca de 4% para a gasolina na bomba. Para cada 1% de alta no posto, o impacto da alta da gasolina no IPCA é de 0,03 ponto percentual, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

O impacto do reajuste dos combustíveis deve ser sentido em fevereiro, mesmo mês em que a redução média de 18% das tarifas de energia elétrica terá maior impacto na inflação, compensando o aumento dos combustíveis. Segundo o IBGE, apenas um quarto da queda da tarifa de energia elétrica foi captada em janeiro. Em fevereiro, a contribuição da energia deve ser de menos 0,40 ponto percentual no IPCA.

Valorização do real pode ajudar
No cálculo da defasagem dos preços dos combustíveis, o Cbie leva em consideração os valores da gasolina e diesel vendidos nas refinarias americanas e o câmbio, que praticamente anulou os reajustes da gasolina e do diesel obtidos pela Petrobras no ano passado.

Contudo, o comportamento do câmbio está mudando neste ano, após o dólar ter subido 20% no ano passado desde o piso alcançado em fevereiro até a cotação no fim do ano. Desde a semana passada o dólar está sendo cotado abaixo de R$ 2. No mercado, o entendimento é que o governo está deixando o dólar cair para conter as pressões inflacionárias.

Um dólar mais fraco reduz os custos das importações de combustíveis pela Petrobras, necessárias para atender a crescente demanda após décadas sem investir em novas refinarias. Segundo Adriano Pires, um dólar mais fraco daria um certo fôlego à Petrobras, mas não o suficiente para acabar com a desfasagem. "O governo não tem muita margem de manobra com o câmbio porque senão dificulta a vida dos exportadores, o que também prejudica a economia", disse.

O dólar fechou em queda de 0,82% nesta quinta-feira, a R$ 1,9772 na venda, menor patamar em nove meses, após o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmar que a inflação continuará pressionada durante o primeiro semestre.

Pires também não vê espaço para um novo aumento da gasolina e do diesel neste ano. "Não acredito que ocorra em 2013. No primeiro semestre é preciso controlar a inflação e no segundo semestre já ocorre proximidade com o calendário eleitoral de 2014", disse.

Na segunda-feira, a Petrobras divulgou o resultado financeiro de 2012, que mostrou um prejuízo de R$ 22,9 bilhões no ano na divisão de Abastecimento, que engloba a compra e venda de combustíveis. A estatal precisa de caixa para fazer frente ao seu programa de investimentos de US$ 237 bilhões em cinco anos e explorar o pré-sal, e tem defendido uma paridade entre os preços dos combustíveis no mercado externo com o valor interno.

A ação preferencial da Petrobras operava em queda de 0,85% às 17h18, a R$ 17,45, enquanto as ações ordinárias tinham baixa de 2,14%, a R$ 16,04. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 1,04%.

 

Fonte: Terra


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