Apesar de a cesta básica de Goiânia ter registrado queda de 0,56% em fevereiro em relação ao mês anterior, na comparação com fevereiro de 2012 o resultado não foi bom para o bolso do goianiense. O consumidor está pagando, em média, 14,06% mais caro pelos 13 produtos que compõem a cesta básica, na comparação anual. O aumento dos preços do tomate (123,26%), da batata-inglesa (66,45%) e do óleo de soja (19,06%) foram itens determinantes para esse salto, segundo dados divulgados ontem da Pesquisa Nacional da Cesta Básica , realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Em todos os casos, as irregularidades climáticas são apontadas como responsáveis por essas altas de preços. Segundo o analista de mercado da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faeg), Pedro Arantes, as chuvas abundantes que caíram em Goiás na segunda quinzena de janeiro e nos primeiros 15 dias de fevereiro deste ano diminuíram a oferta no mercado de produtos com ciclos mais curtos, como a batata-inglesa e o tomate. Ele lembra que, em contrapartida, em 2012, as chuvas foram bem distribuídas. “O ano passado não tivemos problema algum e este ano, as chuvas não deram trégua. O tomate, principalmente, é uma cultura muito sensível”, explica.
Já a explicação para a alta do do óleo de soja está vinculada a quebra da safra norte-americana do ano passado. A seca que atingiu as regiões produtoras de milho e soja naquele País foi responsável por uma perda de 100 milhões de toneladas de grãos. Isso resultou na baixa dos estoques mundiais de grãos, pressionando os valores de toda a cadeia alimentícia. “Um produto puxa outro. Ainda teve a quebra da safra de trigo por exemplo”, lembra Pedro Arantes.
No acumulado do ano, a capital goiana soma uma alta de 8,8% no custo da cesta básica. Os mesmos produtos que deram trégua aos consumidores em fevereiro foram os vilões da cesta básica em janeiro de 2013. A batata-inglesa registrou incremento de (38,46%) se comparado a dezembro de 2012 e o tomate, uma elevação de (63,51%), se comparado ao último mês de 2012.
Dos 13 itens, 6 tiveram redução nos preços
Dos 13 itens que compõem a cesta básica, 6 apresentaram redução em relação a janeiro. Além do pão francês que manteve valor estável contribuindo para que Goiânia registre a segunda maior queda (-0,56%) ficando atrás somente de Vitória (0,63%), entre as 18 capitais pesquisadas pelo Dieese (veja quadro). A batata-inglesa registrou maior queda (-12,15%), seguido pela banana (-5,56%)e pelo arroz (-3,57%).
A coordenadora-técnica do Dieese, Leila Brito, acredita que o consumidor também pode ter ajudado a imprimir a queda dos preços destes produtos. “O consumidor tem papel importante. Com a diminuição da demanda, os vendedores precisam mudar a postura”, diz.
A explicação para a retração do preço do quilo do arroz, segundo Pedro Arantes, da Faeg, é início da colheita da safra. Embora o cereal novo não tenha o mesmo valor comercial, já contribui para que haja um remanejamento dos preços no mercado. “A tendência é de que os preços comecem a cair”, diz.
A carne, que corresponde a 30% do peso da cesta básica, também sofreu retração (1,11%). Arantes afirma que as condições de ofertas estão favoráveis por causa das melhorias das pastagens, em função do período chuvoso.
Fonte: Jornal O Popular