Davos, Suíça - As medidas adotadas pelo governo brasileiro na área econômica tentam reconstruir a economia para permitir a volta do investimento. A explicação foi dada ontem pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Aos presentes no painel “A perspectiva da economia global”, Levy disse que a confiança no Brasil diminuiu no ano passado por conta das eleições, o que provocou incertezas.
“Com as eleições, decidimos mudar. A presidente decidiu tomar algumas medidas para reforçar o investimento”, disse, ao comentar que o crescimento recente do Brasil foi mais ligado ao consumo e o País tenta mudar em direção à criação de demanda pelos investimentos. “Para ter investimento, precisamos de confiança, de certeza. Então, tomamos medidas para aumentar a confiança na economia”, disse, ao explicar à plateia que a confiança no Brasil “caiu no ano passado porque tivemos eleições e alguma incerteza.”
Levy afirmou que esse esforço brasileiro acontece com “ferramentas tradicionais” da economia. Citou como exemplo a meta de acumular 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em superávit primário em 2015.
O ministro lembrou ainda que o aumento do investimento perseguido pela equipe econômica não diz respeito apenas às decisões privadas, como a compra de máquinas e equipamentos. “Estamos confiantes de que podemos ir nessa direção. Isso vai nos permitir continuar com a melhora da educação, da qualificação. Temos uma população jovem e dobramos a população universitária. Isso ajuda a aumentar o potencial de crescimento”, disse.
Reformas
Durante o painel, Levy reafirmou o apoio às reformas estruturais no Brasil com a avaliação de que a adoção de reformas respalda condições de crescimento sustentável na economia. Ele citou como exemplo específico o sistema tributário. “Há muito o que fazer em impostos”, disse.
Para o ministro, mudanças econômicas geram efeito rápido no Brasil. “Se você agir rápido, você terá resposta rápida. Os empreendedores, por exemplo, reagem muito rapidamente”, disse Levy.
Fonte: Jornal O Popular