Para analistas, a união de pessoas pode ser positiva para aprendizagem e realização de trabalhos
É comum ouvir falar sobre a formação das chamadas “panelinhas” no ambiente de trabalho. Porém, especialistas advertem que elas só devem ser formadas para fins produtivos, como o desenvolvimento de um bom projeto para a empresa. Aquelas que são formadas apenas para segregar outras pessoas da empresa ou fazer fofocas, além de inúteis, podem prejudicar o bom andamento do trabalho.
Para a CEO do Grupo Empreza Helena Machado Ribeiro, as chamadas “panelinhas” sempre existirão, pois as pessoas quando se relacionam tendem a formar grupos para se sentirem mais seguras. Segundo ela, o fato de pertencer a um grupo faz as pessoas se sentirem mais comprometidas com aquele espaço.
Dependendo da cultura da empresa, isso é até estimulado, como a criação de grupos de aprendizagem para realização de trabalhos. O que torna isso pejorativo é usar esse grupo para fazer algum movimento contra a empresa ou algum colega de trabalho. “Quando isso vai para o lado da fofoca, se torna prejudicial”, alerta. Helena lembra que a fofoca é considerada doença e pode gerar até bullying. “Essa união deve ser bem administrada para fazer as pessoas se sentirem mais comprometidas e não ir para o lado negativo”.
Integração
A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos em Goiás (ABRH-GO), Dilze Percílio, lembra que hoje existe uma dificuldade de integração entre pessoas que trabalham juntas. Por isso, é preciso achar um meio termo entre a formação de uma panelinha e o individualismo. “Se a pessoa não tem certa intimidade e não se integra com os demais, dificilmente se alinhará aos objetivos e valores da empresa”, adverte.
Porém, para Dilze, as panelinhas são uma visão distorcida da integração. Segundo ela, geralmente as panelinhas são formadas quando um grupo sente medo de outro grupo ou quando as pessoas estão há muito tempo na empresa e são surpreendidas pela chegada de um novo grupo ou um novo chefe.
Normalmente, as panelinhas são formadas por membros de um mesmo departamento. Porém, alguns processos exigem uma maior integração entre departamentos e surgem cobranças, que muitas vezes resultam na formação de feudos até mesmo entre membros de diferentes áreas que estão na empresa há muito tempo. “Nesse caso, essa integração se dá muito mais pelo medo da cobrança”, explica Dilze.
Por isso, ela ressalta a importância de distinguir os dois lados das chamadas panelinhas: o lado bom, que é o da integração para o bom andamento do trabalho, e o lado negativo, que é a aversão a outros membros da empresa que não fazem parte dela. Muitas vezes, outros funcionários de departamentos diferentes acabam prejudicados tendo seus processos atrasados por não fazerem parte da panela.
Além das falhas na comunicação, a panelinha ainda pode gerar fofocas, o que atrapalha ainda mais o clima na empresa.
Fonte: Jornal O Popular