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Trabalho: Em 2013, informalidade caiu e renda aumentou em Goiás

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18/12/2014 - 08:55

Com o aumento da renda familiar, os jovens também estão estudando mais e postergando seu ingresso no mercado de trabalho, conforme mostra estudo do IBGE

O mercado de trabalho em Goiás teve mais trabalhadores com carteira assinada em 2013, enquanto a renda do trabalhador aumentou quase 10% e ficou um pouco menos concentrada. As conclusões são do estudo Síntese de Indicadores Sociais, divulgado ontem pelo IBGE. Com o aumento da renda familiar, os jovens também estão estudando mais e postergando seu ingresso no mercado de trabalho. Porém, um dado ainda preocupa: 20,4% dos jovens com idade entre 15 e 24 anos não trabalham e nem estudam.

No ano passado, 57,8% dos trabalhadores ocupados estavam no mercado formal de trabalho, um recuo de um ponto porcentual em relação ao ano anterior, quando essa taxa era de 56,8%, resultando num recuo da informalidade (veja quadro). No mesmo período, o rendimento médio do trabalhador passou de R$ 1.473,00 para R$ 1.617,00.

 

desocupação

Por outro lado, a taxa de desocupação entre as pessoas com 16 anos ou mais subiu de 4,5% em 2012 para 5,3% em 2013. Entre os jovens com idade entre16 e 24 anos, essa taxa hoje chega a 12,8%. Para o chefe do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, isso indica que os jovens estão estudando e ficando mais com suas famílias. Isso está sendo possível graças ao aumento da renda. “O aumento da oferta de crédito estudantil também ajuda a manter o jovem na escola”, completa.

Edson lembra que, apesar do pequeno crescimento da economia brasileira, indicadores como a Pnad Contínua e a Pesquisa Mensal do Emprego têm mostrado uma queda do desemprego. Além disso, o rendimento continuou crescendo, só que numa taxa menor que antes.

A dinâmica da economia goiana, que tem crescido acima da média nacional nos últimos anos, também ajuda a explica o bom desempenho. Para o chefe do IBGE em Goiás, a queda na oferta de mão de obra qualificada também pode ter contribuído para o aumento da renda. Segundo ele, essa redução na oferta de trabalhadores qualificados é outro fator de estímulo à formalização por parte dos empregadores.

A maior rigidez da fiscalização e as punições por parte da Justiça do Trabalho também contribuem para um mercado mais formal. Edson lembra que a Pec das Domésticas também contribuiu para o aumento da formalização dos trabalhadores. A Síntese de Indicadores Sociais mostrou um aumento na posse de bens de consumo. A taxa de domicílios com computador, máquina de lavar e TV em cores passou de 34,8% em 212 para 37,3% no ano seguinte. Para o chefe do IBGE, isso também é um reflexo do aumento da renda do trabalhador.

Depois de trabalhar um tempo no mercado informal como vendedora na Feira Hippie, Juliana de Lima Camargo conseguiu um emprego com carteira assinada, também como vendedora. Ela conta que considerava o trabalho anterior um “bico”, feito aos finais de semana, e ficou feliz com a formalização. “Agora, tenho mais segurança. Posso planejar melhor minha vida, fazer o financiamento de um carro, por exemplo”.

 

Sem trabalho e estudo

Uma das maiores preocupações atuais do País é com a chamada geração que nem trabalha e nem estuda, enquanto o mercado de trabalho carece de mão de obra qualificada. A taxa de jovens nessa situação subiu de 19,4% em 2012 para 20,4% em 2013. A boa notícia é que o porcentual dos jovens que só estudam subiu de 13,2% para 15,2% no período.

Para o professor do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) e especialista tem Mercado de Trabalho, Sandro Monsueto, o fato do Estado ter apresentado taxas de crescimento acima da média nacional nos últimos anos geralmente vem acompanhado de uma maior formalização da força de trabalho.

Mas, segundo ele, a preocupação deve ser com a qualificação desses postos que foram formalizados. Sandro lembra que Goiás ainda tem um grande déficit de mão de obra qualificada. “O problema é que a informalidade ainda é elevada entre os trabalhadores menos qualificados”, alerta o professor. O estudo mostra que 62% das famílias goianas residem em domicílio próprio, enquanto 25% pagam aluguel.

Mulher ainda tem jornada maior e salário menor

Professora em escolas de ensino fundamental e médio, Ludmylla Rodrigues, de 28 anos, trabalha dois períodos, estuda para o mestrado e ainda é a principal responsável pelos afazeres domésticos. Mas a rotina pesada, com diversas atividades que exigem dedicação e tempo, não é exclusividade dela. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Goiás a jornada de trabalho feminina semanal, considerando o trabalho de casa, é de 56,4 horas, superior quase 5 horas à masculina.

A mulher goiana gasta média de 20 horas em atividades dentro de casa, como lavar, passar e cozinhar, segundo o IBGE. Já a média masculina é de oito horas semanais. Considerando apenas as horas trabalhadas em um emprego remunerado, a média feminina é inferior à masculina. O instituto identificou que a media da mulher é de 36 horas semanais e do homem, de 43 horas. Ludmylla confirma que a jornada tripla à qual se submete é cansativa, mas não vê outra alternativa por enquanto.

Ela já concluiu duas especializações e agora estuda para o mestrado. A professora afirma que, por isso, algumas vezes não consegue se dedicar à casa como gostaria. “Chego a ficar estressada quando a casa não está como eu gostaria. Mas pelos investimentos que faço agora em educação, por exemplo, me impedem de ter uma empregada para me ajudar”. A professora afirma que o marido contribui com os afazeres da casa, mas acaba sendo ela quem tem a maior responsabilidade.

Segundo o IBGE, assim como o observado em todo País, em Goiás, a média de rendimentos das mulheres equivale a 81% do salário de homens com a mesma escolaridade, considerando quatro anos de estudo. Quando a mulher tem mais de 12 anos de estudo, essa média cai para 66%. O levantamento mostra que a relação de desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres é alta nos trabalhos informais, onde elas recebiam 65% do rendimento médio dos homens em 2013. Em 2004 esse número alcançava 75%.

Sociólogo Marcos Elias Moreira entende que a tendência é que a redução da diferença de salários entre homens e mulheres se acentue ano após ano. “Nossa sociedade ainda tem resquícios tradicionais da comunidade agrária e machista, mas as conquistas femininas e a inserção no mercado tende a reduzir isso”. Para ele, é um caminho sem volta. “Hoje a mulher não busca apenas o trabalho, mas se qualificar e alcançar cargos importantes”.

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Número de casais sem filhos é maior

Cresceu o número de casais sem filhos em famílias onde ambos têm rendimentos, segundo a pesquisa do IBGE. De 2004 para 2013, houve aumento da quantidade de casais sem descendentes. O sociólogo Marcos Elias percebe que os casais estão esperando mais para ter seus filhos. “Não é que não vão ter, mas os estudos e o trabalho estão retardando esse momento”. E a professora Ludmylla Rodrigues também se enquadra nessa estatística. Casada há quatro anos, ela pretende esperar mais para ter o primeiro filho. “O foco é o estudo, por enquanto”.

De acordo com o IBGE, no Centro-Oeste, a média de casais sem filhos é de 19% das famílias. Em 2004, esse número era de 14%. A maior média foi identificada na região Sudeste, que tem média de 23%. Já a menor média foi identificada na região norte, com 12%. Também houve aumento de pessoas com mais de 50 anos morando sozinhas. Em 2013, 61,7% dos arranjos unipessoais eram compostos por pessoas com 50 anos ou mais. Em 2004 eram 57,4%.

Fonte: Jornal O Popular

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