Número de contratações no ano passado cresceu 50%, segundo o Ministério do Trabalho
O número de jovens aprendizes contratados em Goiás saltou mais de 50% no ano passado, chegando a quase 14 mil , segundo estatística do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Neste ano, embora numa velocidade menor, os vínculos relacionados à Lei de Aprendizagem continuaram a crescer. No Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), os contratos de aprendizes no Estado avançaram 18% entre janeiro e setembro de 2014, em relação ao mesmo período de 2013.
Na opinião do supervisor do Ciee em Goiás, Guilherme Rosa, a maior responsabilidade pelo aumento de contratações de aprendizes está na fiscalização efetiva da Superintendência Regional do Trabalho junto às empresas que, por lei, são obrigadas a contratá-los. Aliado a isso, ele lembra também que o órgão tem promovido a conscientização do setor, com palestras e orientações.
No total, o Ciee possui hoje 2,1 mil pessoas em seu programa Aprendiz Legal, que oferece, em média, 120 vagas por mês para jovens entre 14 e 24 anos que se encaixam no perfil estipulado por lei. A entidade é uma das 14 credenciadas a ofertar formação profissional para este público.
Entretanto, as escolas do Sistema S (Senai, Senac e Senat) têm prioridade na qualificação desse público. O Senai tem, atualmente, 5.868 matrículas de aprendizes. No Senac, são mais 3.948. Ambos atendem os jovens por meio de demanda encaminhada pelas empresas.
Qualificação
A auditora Fiscal do Trabalho Katleem de Lima explica que a aprendizagem é uma estratégia fundamental ao acesso qualificado de adolescentes e jovens no mercado de trabalho. Entre as vantagens, está o incentivo à conclusão do ensino médio, nível de escolaridade em que apenas 54,4% dos jovens entre 15 e 17 anos estão matriculados. “Isso diminui drasticamente a chance de ocupar um lugar no mercado formal”, diz.
Guilherme Rosa destaca também o aspecto social atingido pela Lei de Aprendizagem, que ajuda na melhora de renda familiar e amplia as perspectivas de futuro profissional aos beneficiados. “Muitos dos pais desses jovens nunca tiveram carteira assinada e estão vendo seus filhos começarem no primeiro emprego já com carteira assinada. Isso muda a vida das famílias inseridas no mercado.”
Graças à vaga de jovem aprendiz, Fernando Campos, 21 anos, conseguiu conciliar estudos e trabalho. Ele se forma hoje na 33ª turma do Aprendiz Legal e lembra que a oportunidade mudou sua vida profissional, a ponto de receber propostas importantes de emprego. Além disso, conquistou a tão sonhada independência financeira e agora planeja entrar para uma faculdade pública de Administração ou Jornalismo.
Ainda mais novo, o jovem Maicon Barbosa,17, já tem uma experiência de sucesso como jovem aprendiz. Após subir de cargo duas vezes, foi efetivado na vaga e agora é assistente administrativo 3, na loja Flávio’s.
Fonte: Jornal O Popular