Brasília - A medida provisória que criará novos meios de pagamento, como o chamado mobile payment, mecanismo que transforma o celular em uma carteira virtual, está emperrada no Ministério da Fazenda, porque os técnicos querem incluir outros temas na medida. Mas no governo a expectativa é que o mobile payment seja uma revolução na forma como o brasileiro usa dinheiro, principalmente porque atenderá à parcela mais pobre da população. Quando entrar em vigor, pode resultar, por exemplo, em economia de R$ 18 milhões para os cofres da União, por mês, se metade dos beneficiários do Bolsa Família optar por receber os recursos por meio do celular.
“A proposta está para sair e vai mudar a forma com que o brasileiro trata o dinheiro e aproveita a tecnologia”, afirmou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
De acordo com o ministro, o governo paga à Caixa Econômica Federal R$ 0,98 para que cada beneficiário receba o dinheiro em uma conta bancária e R$ 1,78 por mês por aqueles que sacam os recursos com cartão. O programa de distribuição de renda atende 13,8 milhões de famílias com benefícios que somam quase R$ 2 bilhões. Esse é o grande filão que será disputado pelas empresas do setor, que já começaram a anunciar investimentos. Elas estão de olho, principalmente, em clientes das classes mais baixas, porque eles fazem suas transações em dinheiro vivo. Na classe C, 75% só usam papel-moeda, e nas classes D e E esse porcentual sobe para 86%. Estima-se que a população fora dos bancos seja de 46,8 milhões no Brasil.
Interessados
Alguns grupos como Telefônica e MasterCard decidiram se antecipar à medida do governo. Eles já começaram a trabalhar na implantação da oferta dos meios de pagamento por celular no Brasil, e a previsão de lançamento do produto é em abril deste ano. Será lançada uma conta pré-paga acessada pelo celular e por um cartão magnético, que permitirá a transferências de dinheiro entre pessoas, compras em lojas, recargas de celular, entre outras transações financeiras.
A TIM já anunciou que fechou uma parceria com a Caixa e a MasterCard para um sistema de pagamentos móveis. Quer lançar o serviço no segundo semestre de 2013 e utilizá-lo para o pagamento de compras em mais de 1,5 milhão de lojas no País.
Já a Claro e o Bradesco se uniram para oferecer um serviço de pagamentos móveis até o terceiro trimestre de 2013. Será um cartão pré-pago vinculado a uma linha de celular da Claro, que pode ser pré ou pós-paga. A Oi, parceira do Banco do Brasil, vai lançar o Oi Carteira, um cartão pré-pago destinado à população de baixa renda.
Fonte: Jornal O Popular