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Selic: Com placar dividido, BC sobe juro a 7,5%

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18/04/2013 - 09:29

Decisão de elevar Selic em 0,25 ponto acontece em meio a temor de disparada da inflação. É a primeira alta desde julho de 2011

Brasília - Em uma votação dividida, o Banco Central aumentou, na noite de ontem, a taxa básica de juros de 7,25% para 7,50% ao ano e indicou que pode continuar subindo a Selic diante de um “nível elevado” de inflação.

A decisão ocorre no dia seguinte à afirmação da presidente Dilma Rousseff de que vai atacar sistematicamente a inflação e que, “qualquer necessidade” de aumento de juros, será “em um patamar bem menor” do que no passado. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre uma semana após o índice oficial de preços ao consumidor ultrapassar o limite de tolerância de 6,5%.

“O Comitê avalia que o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços, entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência e ensejam uma resposta da política monetária”, disse o Banco Central no comunicado da decisão. Dois dos oito membros do comitê votaram pela manutenção dos juros, os diretores Aldo Mendes (Política Monetária) e Luiz Awazu Pereira da Silva (Assuntos Internacionais).

No comunicado, o BC disse também que “incertezas internas e, principalmente, externas cercam o cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja administrada com cautela”.

Projeções

O mercado financeiro, que até semana passada esperava que os juros ficassem estáveis, havia alterado suas projeções desde a última sexta-feira, quando o BC e o Ministério da Fazenda deram nova sinalização de que a taxa iria subir neste mês.

As previsões agora são de novo aumento da taxa básica na próxima reunião do Copom, nos dias 28 e 29 de maio. Até lá, serão conhecidos novos dados sobre a inflação e também os números do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre do ano, que devem mostrar recuperação em relação ao final de 2012.

A taxa básica estava no menor nível da história recente, desde outubro do ano passado, quando o BC encerrou o ciclo de cortes iniciado em agosto de 2011. O último aumento da taxa de juros foi em julho daquele ano, para 12,5% ao ano. As previsões atuais são de uma taxa de 8,5% no fim de 2013.

Estratégia

Na reunião anterior do Copom, no início de março, o BC havia mudado a estratégia, que deixou de ser a manutenção dos juros por período “suficientemente prolongado”. Na época, a instituição passou a afirmar que iria avaliar os dados econômicos para definir os próximos passos de sua política monetária. A frase foi suficiente para que as taxas de juros negociadas no mercado financeiro subissem, embutindo uma Selic mais alta à frente. A aposta predominante era de que a alta fosse anunciada em maio.

Alguns fatores, no entanto, levaram o governo a antecipar o aperto monetário. Entre eles, a falta de confiança no compromisso do governo em segurar a inflação, que aumentou após as declarações polêmicas da presidente Dilma. Há três semanas, ela se declarou contrária a políticas que reduzam o crescimento da economia em prol do controle dos preços. Os índices de preços também continuaram em alta e mostrando que os repasses para o consumidor haviam se generalizado e não estavam restritos a poucos produtos.

A questão inflacionária também ganhou visibilidade e apelo popular com a alta do tomate. O produto, um dos vilões da inflação neste ano, se tornou símbolo do problema. Pesou ainda a questão política, com pré-candidatos à Presidência fazendo crítica à dificuldade do governo em lidar com o tema, e a decisão do Ministério da Fazenda de afrouxar a meta de superávit das contas públicas.

Fonte: Jornal O Popular


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