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Selic: Ata do Copom deixa porta aberta para novas altas

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11/04/2014 - 08:37

Para o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, pausa no ciclo de alta da taxa básica de juros “é uma possibilidade”

Apesar do cenário de inflação persistente, o Banco Central (BC) mudou o tom e suavizou o discurso na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada ontem. A instituição reforçou o desejo de encerrar o ciclo de alta dos juros, mas deixou a porta aberta para novos apertos. Ao mesmo tempo, indicou preocupação com o crescimento, após nove altas consecutivas da taxa Selic, desde abril do ano passado.

O colegiado avalia que os níveis de confiança modestos podem potencializar os efeitos da alta da Selic, retratando indiretamente o temor com um quadro de menor avanço econômico.

Parte do mercado classificou a ata de “dovish” - adjetivo que classifica mais tolerância com a inflação - e ultrapassada, em função da inflação de março, que superou estimativas com a maior taxa desde 2003 (0,92%).

O BC diz confiar que parte significativa das nove altas da Selic, que subiu de 7,25% ao ano em abril de 2013 para 11% na semana passada, ainda vai surtir efeito nos índices de preço e na atividade econômica. Um quadro de confiança deprimida também deve colaborar, na visão da autoridade monetária, para amenizar o custo de vida.

Em linha

Em um trecho da ata, o Copom afirma que os indicadores se apresentam “em linha com o que se poderia antecipar”. A avaliação é completamente oposta a de documentos anteriores. Na ata de fevereiro, por exemplo, a autoridade monetária disse que o custo de vida estava ligeiramente acima do esperado. Diante desse quadro, o colegiado excluiu do documento uma expressão que falava em continuidade do ajuste da taxa de juros.

O presidente da instituição, Alexandre Tombini, reforçou a percepção de que o BC tem intenção de interromper a alta da Selic. Em entrevista ao Wall Street Journal durante a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), informou que interromper a alta “é uma possibilidade”. Acrescentou que o fator decisivo para ele nessa decisão será a evolução da perspectiva para a inflação.

A despeito das indicações do BC de que irá encerrar o ciclo de aperto monetário, todas as projeções da própria instituição para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014 e 2015 subiram novamente e permanecem acima do centro da meta de 4,5%.

Jankiel Santos, economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, lembrou que o BC, em outra ocasião, não encontrou o cenário que desejava para acabar com o aperto. “A vontade do BC foi frustrada recentemente, em janeiro, quando os membros do Copom sinalizaram claramente que gostariam de diminuir o ritmo, mas se viram obrigados a mantê-lo”, observou. “Isto pode explicar por que foi incluída uma cláusula de escape na comunicação, afirmando que o BC irá avaliar a evolução do cenário macroeconômico até a sua próxima reunião.”

Fonte: Jornal O Popular


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