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Saída de dólares do Brasil em 2014 superou entrada em US$ 9,2 bilhões

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08/01/2015 - 08:52

Em 2013, o fluxo cambial também ficou negativo, em US$ 12,26 bilhões.
Número é o segundo pior registrado pelo Banco Central desde 2002.

Fonte: Banco Central

Mais dólares saíram do que entraram no Brasil no ano passado. O chamado fluxo cambial ficou negativo em US$ 9,287 bilhões em 2014, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Banco Central. Em 2013, o resultado também foi negativo, em US$ 12,26 bilhões - o primeiro em cinco anos.

O número de 2014 também é o segundo pior registrado pelo Banco Central desde 2002. Naquele ano, a saída de dólares do Brasil superou a entrada em US$ 12,9 bilhões.

Dezembro
O resultado do ano foi impactado pela forte retirada de dólares dezembro, de US$ 14 bilhões, o maior "rombo mensal" em mais de 16 anos. Em 2014, a maior saída de dólares havia sido registrada em novembro, de US$ 3,507 bilhões.

Em meados de dezembro do ano passado, o Banco Central havia observado que a retirada de recursos do Brasil costumava mesmo aumentar em dezembro. Isso está relacionado, por exemplo, com a remessa de dólares ao exterior de empresas multinacionais.

Impacto no dólar
A retirada de recursos registrada no começo de dezembro favoreceria, em tese, a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a ficar maior. No fim de novembro, a moeda norte-americana estava cotada em R$ 2,57. Nesta terça-feira (6), a moeda fechou negociada a R$ 2,7019.

Além do fluxo de recursos, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão o comportamento da economia norte-americana e as sinalizações sobre a política monetária nos Estados Unidos. Mais recentemente, a crise na Rússia, que sofre com a queda do preço do petróleo, também tem influenciado a alta do dólar ao redor do mundo - com mais ênfase no países emergentes.

Os indicadores da economia brasileira, que pioraram nos últimos anos e os fracos resultados dos últimos meses, além das intervenções do Banco Central no mercado futuro da moeda norte-americana, por meio da oferta dos contratos de "swap cambial" – instrumentos que funcionam como venda de dólares no mercado futuro, com impacto no mercado à vista – também impactam a cotação do dólar no Brasil.

Retirada de estímulos nos EUA
Nos Estados Unidos, a expectativa dos analistas é de continuidade da retirada de estímulos à economia, que começa a dar sinais de recuperação. Em 2015, a previsão é de que pode haver até mesmo aumento de juros nos Estados Unidos, o que tenderia a gerar retirada de dólares do Brasil, em direção aos EUA, e pressão de alta na cotação da moeda norte-americana.

O BC brasileiro, porém, também tem prosseguido com suas intervenções diárias no mercado com os "swaps cambiais" - que funcionam como venda de dólares no mercado futuro, atenuando as pressões no mercado à vista. No dia 30 de dezembro, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, informou que o programa diário da oferta de swaps terá prosseguimento até, pelo menos, março deste ano, com um valor de US$ 100 milhões por dia.

Como funcionam os swaps cambiais
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período.

É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que para o futuro, e controlar a alta da cotação. Assim, o BC acalma a procura por dólares sem mexer nas reservas internacionais.

O investidor, preocupado com a tendência de alta, tem interesse em comprar dólares. Quando aceita a operação, fica estimulado a querer a queda ou a manutenção do dólar, para que não tenha que pagar ao banco mais do que receberá em juros. Essa taxa, normalmente, acompanha a Selic, que é a taxa básica da economia brasileira e hoje está em 11,75%. Se o dólar tiver variação acima disso, por exemplo, quem perde é o investidor.

Fonte: G1

 

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