Washington - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a retomada da economia brasileira será “lenta, tijolo a tijolo”, em debate realizado ontem sobre as perspectivas da economia da América Latina, na sede do FMI (Fundo Monetário Internacional), na capital americana.
Em rápida conversa com jornalistas, Levy disse que o segundo semestre tem “bastante chance” de ser “mais favorável” para a economia brasileira se as “medidas necessárias forem tomadas com rapidez. “Isso envolve a resposta do setor privado”, acrescentou.
Disse, também, que a captação feita pela Petrobras “parece que teve uma repercussão superpositiva, a resposta está sendo exitosa.”
A mesa-redonda que Levy participou no FMI ainda contava com o subsecretário do Tesouro americano, o ministro da Economia do Peru e a economista Carmen Reinhart. Mas todas as perguntas da plateia, formada por investidores e autoridades de organismos internacionais (a imprensa não pôde estar presente), foram dirigidas a Levy.
“Todo mundo quer saber o que está acontecendo com o Brasil. Sétima economia do mundo, botando a casa em ordem, a presidente conseguiu passar as leis que o Brasil precisa para voltar a crescer”, disse.
Questionado sobre o porquê de o resto da América Latina estar crescendo mais que o Brasil, o ministro disse que é hora de focar mais “em reformas do lado da oferta”.
“Por bastante tempo, pensava-se que bastava apoiar a demanda, ter incentivos, mas isso não estava mais levando pra frente” e que agora é hora “para os preços ficarem no lugar certo”.
Ele disse que é preciso facilitar o pagamento de impostos e voltou a falar de seu desejo em reformar o PIS-Cofins e o ICMS. Disse que o ICMS se tornou “uma trava para o crescimento”. “Não traz mais dinheiro para os governadores e faz com que as empresas não queiram investir mais”, declarou.
Sobre o pessimismo do mercado com o Brasil, ele disse que era “normal”. “Em geral, há um período em que você mergulha, depois você se recupera, e há algumas discussões demorando mais que o previsto inicialmente no Congresso e em outros lugares”.
Fonte: Jornal O Popular