Problemas relacionados ao crédito consignado, como liberação de margem, entrega de contratos e os juros incidentes, foram responsáveis para que instituições financeiras preenchessem cinco das dez posições do ranking das empresas mais reclamadas em dezembro de 2012, no Procon Goiás. Exceto o Banco do Brasil, cuja reclamação está vinculado ao tempo de espera para atendimento.
A falta de informação aos consumidores contribuíu para engrossar essa lista. Boa parcela das empresas emprestou dinheiro sem oferecer informações relevantes sobre a transação em contrato e consumidores assinaram acordos sem checar dados como juros e quantidade de parcelas.
A pensionista Maria Francisca Lima Feitosa conta que há mais de quatro anos procurou uma instituição financeira para fazer um empréstimo consignado de R$ 5 mil. Ela conta que, embora tenha assinado toda a documentação exigente do contrato, não foi entregue uma cópia ao selar o compromisso. Ao contrário do que havia assinado, foram liberados apenas R$ 1,8 mil e em regime de cartão de crédito consignado. Segundo a gerente de atendimento do Procon Goiás, Limari Ferreira, foram 372 reclamações que resultaram em processo. No total, 5.206 pessoas passaram pelo órgão.
Ela explica que alguns bancos extrapolam o prazo máximo de 72 horas para liberação da margem do consumidor.
A Brasil Telecom Celular está em segundo lugar e a Brasil Telecom S.A., ou seja, telefonia fixa, em terceira posição, por cobrança indevida e alteração sem anuência do contratante. A dificuldade em trocar aparelhos eletroeletrônicos coloca a Carlos Saraiva Importação e Comércio (Ricardo Eletro) e o Fujioka, em sétimo e oitavo lugares, respectivamente. A Virgínia Security, seguradora de produtos que trabalha com base em extensão de garantias, completa a lista.
Empresas dizem que aprimoram os serviços
A reportagem do POPULAR entrou em contato com as dez empresas que lideram a lista de reclamações do Procon e nove delas responderam às solicitações de respostas apresentadas.
O líder em queixas, o BMG, afirma que vem tratando suas demandas de maneira ágil e sempre buscando a melhor solução para cada caso.
A Brasil Telecom, que ocupa a segunda (celular) e nona (fixo) colocações, afirma que está investindo em infraestrutura e ampliação de redes. Com isso, visa melhorar todo o processo de prestação de serviços aos seus usuários.
Já o Banco do Brasil, em terceiro lugar, ressalta que está continuamente reforçando treinamento para a redução de filas em suas agências.
A Ricardo Eletro afirma que vem investindo constantemente para melhor atender o consumidor. A empresa criou canais de comunicação com o Procon para acelerar a resolução das reclamações. O Fujioka informa que só irá se pronunciar após ter acesso à pesquisa realizada pelo Procon Goiás.
O Banco Santander, afirma que as reclamações recebidas são tratadas com prioridade, permitindo correções e melhorias no serviço.
Ouvidoria
O Bradesco afirma que reduzir os índices de reclamações é um foco da instituição e todos os apontamentos são acompanhados de perto pela ouvidoria, com objetivo de oferecer qualidade no atendimento.
Em nota, o Itaú Unibanco argumenta que continua investindo para reduzir falhas e aprimorar os serviços para que as questões sejam resolvidas diretamente com a instituição, sem necessidade de envolvimento do Procon Goiás.
Fonte: Jornal O Popular