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PIB terá terceira queda trimestral consecutiva neste ano

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15/10/2015 - 08:49

Redução das vendas no varejo em agosto indica que a economia, depois de apresentar retração no primeiro semestre, também encolheu entre julho e setembro. Para a CNC, o comércio vai amargar em 2015 o pior resultado desde 2003

 

A queda de 0,9% nas vendas do comércio em agosto, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforçou entre analistas a aposta de que o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu no terceiro trimestre do ano. Caso a retração se confirme, será a primeira vez que o país registrará três trimestres seguidos de desempenho negativo, desde o início da atual série histórica do IBGE para o PIB, iniciada em 1996. Entre os especialistas, há quem projete que a economia despencará por seis semestres consecutivos.

O economista-chefe da Opus Investimentos, José Márcio Camargo, estima que o PIB do terceiro trimestre, cujos dados oficiais serão divulgados no início de dezembro, tenha encolhido 1%. Ele observou que a queda do comércio varejista superou as expectativas do mercado, indicando que a recessão está forte e deve continuar nos próximos meses. Os indicadores de vendas no Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro, que apresentou retração, mostram, segundo Camargo, que não há perspectiva de recuperação a curto prazo.

Para o economista Rodrigo Miyamoto, do Itaú Unibanco, a economia terá retração não só no terceiro, mas também no quarto trimestre de 2015. A instituição, que calcula uma estimativa de variação mensal do PIB, divulgou comunicado, ontem, no qual projeta que a atividade econômica encolheu 0,8% em agosto em relação ao mês anterior. Se a comparação for feita com agosto do ano passado, a queda é de 4,2%, um tombo que não deixa dúvidas sobre a gravidade da crise em que o país está mergulhado. Para setembro, a projeção do banco é de nova queda do PIB mensal, de 0,4%.

Pressões

A redução das vendas em agosto foi a sétima retração consecutiva do indicador calculado pelo IBGE e o pior desempenho para o mês em 15 anos. Em relação a agosto do ano passado, o faturamento das lojas caiu 6,9%. Diante desse quadro, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta que o setor terá queda de 3,6% em 2015, na maior retração desde 2003. Nos oito primeiros meses do ano, o varejo encolheu 3%.

Especialistas avaliam que a sequência de resultados negativos tem como fatores preponderantes o aumento do desemprego, a inflação e a queda na renda das famílias. Segundo a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabela Nunes, a redução nas vendas está disseminada entre todos os segmentos do varejo. “As pressões inflacionárias, sobretudo sobre o preço de alimentos e bebidas, além da desaceleração dos ganhos reais de renda da população prejudicam o setor”, disse ela.

O diagnóstico de que a economia continua andando para trás, depois de já ter apresentado resultados negativos no primeiro semestre, já vinha se formando deste o início deste mês, quando o IBGE divulgou os resultados da produção industrial de agosto. Segundo a instituição, naquele mês, as fábricas produziram 1,2% menos do que em julho. Na comparação com agosto do ano passado, o tombo chegou a 9%. Em 10 dos 14 locais pesquisados a produção encolheu.

José Márcio Camargo ressaltou que a sucessão de recordes negativos é consequência dos erros cometidos pelo governo Dilma Rousseff, a começar do desarranjo das contas públicas. O economista alertou que o risco do cenário piorar é grande, uma vez que o Executivo está preocupado apenas em barrar o processo de impeachment da presidente no Congresso Nacional, enquanto medidas que deveriam reequilibrar as finanças e preparar o país para a retomada do crescimento não avançam. “O grande risco é de que essa paralisia se prolongue por muito mais tempo. Os parlamentares não discutem outro assunto e temos um ajuste fiscal e um orçamento que precisam ser votados”, destacou.

Dilemas

Nas contas do economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, o PIB encolherá 1% no terceiro trimestre de 2015 e os resultados negativos se acumularão até junho de 2016. Segundo ele, isso ocorrerá devido aos desequilíbrios fiscais gerados nos últimos anos e à incapacidade do governo e do Legislativo de resolver os problemas políticos do país. “Isso nos levará a viver uma das recessões mais prolongadas e intensas do período recente da economia brasileira”, destacou.

 

Fonte: Correio Braziliense

 

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