São Paulo - As ações da Petrobras fecharam ontem em seu menor valor em exatos dez anos, refletindo a ação contra a estatal nos EUA. As ações preferenciais (sem direito a voto) da empresa recuaram 1,22%, para R$ 11,36 - menor valor desde 9 de dezembro de 2004.
Principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa atingiu sua menor pontuação desde março, fechando em 50.193 pontos, queda de 0,16% no dia. Ele acumula perda de 8,28% no mês e de 2,55% no ano.
As ações da Vale caíram 2,33% (PNA) e 2,27% (ON), reagindo à trajetória de baixa do preço do minério de ferro. Ontem, o preço da commodity cedeu 0,4% no mercado à vista chinês, para US$ 69,4 a tonelada.
O dólar à vista fechou cotado a R$ 2,595, em queda de 0,61% no balcão, em relação ao real ontem, interrompendo três sessões seguidas de alta, alinhado ao declínio visto ante outras moedas internacionais.
As oscilações da divisa no Brasil também receberam suporte das incertezas sobre se o BCl continuará a fornecer a ração diária de swaps cambiais no próximo ano, após fala, considerada “dúbia”, do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, no Congresso.
Nova ação
Os processos na Justiça contra perdas com a queda nas cotações das ações da Petrobras, na esteira dos escândalos de corrupção revelados pela operação Lava Jato, ganharam mais corpo ontem. Pelo menos dez fundos de investimento que aplicam em ações da estatal nos Estados Unidos, incluindo brasileiros, vão aderir à ação coletiva iniciada na segunda-feira na Corte Distrital de Nova York.
No Brasil, um grupo de acionistas minoritários já começou a se articular para entrar com uma ação cível contra a empresa na Justiça do Rio nos próximos dias.
As ações judiciais ainda estão em fase inicial e não têm valores de indenização definidos, mas, principalmente no caso da Justiça norte-americana, podem significar perdas de centenas de milhões de dólares, no pagamento de multas ou acordos. Prejuízos que teriam que ser registrados no balanço financeiro. Os processos envolvendo a companhia elétrica Enron e da telefônica World Com, que fraudaram balanços e abalaram o mercado norte-americano no início dos anos 2000, chegaram a US$ 7,2 bilhões e US$ 6,2 bilhões, respectivamente.
Fonte: Jornal O Popular