Quadro negativo da economia fez aumentar a sensação do brasileiro de que pode perder o emprego
O cenário econômico negativo neste ano tem ampliado a sensação do brasileiro de que pode perder o emprego. A insegurança levou o Índice do Medo do Desemprego, elaborado pelo Ibope Inteligência, a atingir no mês passado a maior pontuação desde novembro de 2009, quando a crise financeira internacional desembarcava no País - o indicador atingiu 77,9 pontos à época.
A persistência do quadro negativo da economia levou o indicador a atingir 77 pontos no mês passado. Foi a sexta alta consecutiva da pesquisa trimestral encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A última vez que o índice ficou abaixo dos 70 pontos foi em março de 2013, quando atingiu 69. Na comparação com junho, a última medição realizada pelo Ibope, o indicador cresceu 1,2%. Em relação à pontuação de setembro de 2013, subiu 6,2%. Em seis meses, a CNI registrou crescimento de 11,6% na sensação de insegurança em relação ao emprego.
O aumento do medo de desemprego reflete os últimos resultados das pesquisas oficiais sobre o nível de ocupação da população. É o caso do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), pesquisa mensal do Ministério do Trabalho. A toada de recordes decrescentes de geração de emprego foi verificada pelo indicador em agosto, quando registrou o pior saldo líquido (diferença entre contratações e demissões) para o mês em 12 anos. Em julho, o saldo foi o pior para o mês em 15 anos.
No mês anterior, o Caged teve a pior geração de empregos desde 1998 . O desaquecimento do mercado de trabalho também apareceu em agosto na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE - a Pnad Contínua indicou desemprego em nível ainda mais elevado.
Satisfação
Apesar do cenário negativo, e de afirmar ter mais medo de ficar desempregado, o brasileiro se disse mais satisfeito com a vida. A sensação de felicidade também foi mapeada pela pesquisa. O Índice de Satisfação com a Vida da pesquisa da CNI atingiu 103,8 pontos no mês passado - o maior desde março deste ano, quando estava em 102,2 pontos.
O índice ficou 0,7% maior que em junho e 0,6% acima do resultado de setembro de 2013. Foram dois trimestres consecutivos de crescimento na sensação de satisfação do brasileiro - o que não era verificado justamente desde novembro de 2009, a última vez em que houve duas altas seguidas. O Ibope ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre os dias 5 e 8 de setembro.
Fonte: Jornal O Popular