Atenção! Você está utilizando um navegador muito antigo e muitos dos recursos deste site não irão funcionar corretamente.
Atualize para uma versão mais recente. Recomendamos o Google Chrome ou o Mozilla Firefox.

Notícias

Para Citi, é hora de posicionar carteiras para retorno menor

Facebook
Twitter
Google+
LinkedIn
Pinterest
Enviar por E-mail Imprimir
10/02/2014 - 10:26

Agora é o momento para posicionar as carteiras para retornos que tendem a ser no futuro menos robustos que hoje. A mensagem do Citi, em seu relatório "Expectativas ricas, alocações pobres", parece clara: o investidor precisa estar atento às mudanças do mercado e da economia e as consequências sobre suas aplicações neste ano.

As perspectivas do Citi para 2014 marcam uma mudança significativa em relação à visão de investimento dos últimos dois anos, segundo a própria instituição, que vê o período mais recente como desafiador principalmente diante da política monetária. Para o banco, apesar do aumento de mais de 20% do valor dos mercados globais de ações em 2013 e da alta de 13% em 2012, as carteiras permanecem mal alocadas, com exposição "underweight" (abaixo da média, ou venda) em ações, "overweight" (acima da média, ou compra) em caixa e com um risco considerável em taxa de juros.

Dados os atuais níveis de preços, o banco recomenda uma posição compradora em ações, tendo em vista um horizonte tático de 12 a 18 meses. O Citi projeta retornos de 12% e 1% neste ano para os mercados globais de ações e renda fixa, diante das estimativas de crescimento da economia e do impacto da normalização gradual da política monetária global. "Continuamos 'bullish' em relação a ativos de risco, especialmente ações, mas com expectativas reduzidas para os retornos de ações", diz.

O Citi alerta, contudo, que, se houver mais dois anos de uma rápida escalada dos preços, as bolsas americanas terão novamente um sério problema de "valuation" e vão precisar pagar um preço alto no próximo inevitável declínio, conforme visto em 2000 e 2007.

Já a maioria dos mercados europeus, o japonês e alguns emergentes tendem a contar com pouco mais de tempo para melhorar, diz o Citi, mas serão as próprias praças acionárias americanas decisivas para definir o tom global e a magnitude de uma correção futura. Os mercados de ações emergentes já oferecem retornos acima de 8% e o Citi vê certo exagero no movimento vendedor de 2013 na região.

O banco considera que os investidores deveriam elevar a exposição a aplicações menos líquidas para captar retornos mais altos. "Uma lição do período de 2008/2009 é que a liquidez dos 'ativos líquidos' não é garantida e pode criar um choque quando desaparece", aponta, no relatório.

E qual deve ser o foco ao longo de 2014? O Citi destaca quatro temas importantes para as alocações no período: mudanças de oportunidades de casos de crescimento; carteiras com riscos "hedgeados"; liquidez; e o aproveitamento das mudanças globais.

Saulo Mendes, responsável pela área de investimentos do Citi Private Bank, diz que existem oportunidades em mercados desenvolvidos por conta da expectativa de uma economia mais fortalecida, o que contrasta com os mercados emergentes de forma geral. "Há uma preocupação com países que apresentam um superávit fiscal abaixo do esperado e um balanço de pagamentos que também pode comprometer ou gerar algumas surpresas negativas", diz.

O Citi tem uma análise seletiva no grupo de emergentes, com um olhar pelo prisma dos exportadores. "Estamos olhando Coreia do Sul, Taiwan, uma porção específica da China. Por conta da retomada da atividade global, os emergentes vão se posicionar e aqueles com problemas do lado fiscal não vão performar tão bem", assinala Mendes.

O segundo ponto mencionado diz respeito a operações de proteção no mercado. A ideia é apresentar alternativas de hedge nos portfólios. "Continuamos muito otimistas com o mercado acionário, mas com um pouco mais de cautela e aproveitando a volatilidade baixa para usar estratégias de hedge também", aponta Mendes, que destaca que as bolsas americanas poderão ter uma correção no primeiro trimestre.

As operações de hedge podem ser vistas como uma das poucas pechinchas deixadas para trás no processo de recuperação do mercado. O Citi enxerga oportunidades de ganhos por meio de estratégias de compra e venda da volatilidade esperada ao longo de períodos diferentes e também como uma proteção em mercados aparentemente não relacionados. "Sábios investidores devem ser compradores de hedging barato quando a volatilidade do mercado está baixa", afirma o banco.

Para o Citi, o valor de selecionar investimentos menos líquidos pode estar subestimado também. Mendes ressalta que em 2014 o investidor deve buscar estratégias que vão capturar a correlação entre renda fixa e variável. "Esperamos um crescimento mais modesto de bolsa e, nesses movimentos de correção, temos alternativas para apresentar ao investidor."

O banco chama atenção para o potencial de retorno nas áreas de private equity e do mercado imobiliário. E com a correlação entre classes de ativos líquidos ainda alta, uma alocação planejada e consistente nas duas áreas citadas pode ser uma forma atrativa de diversificar riscos.

O quarto e último tema, de aproveitamento das mudanças globais, abarca as oportunidades geradas em um cenário de mudanças de paradigma em áreas como tecnologia e energia, e têm como foco o longo prazo. O Citi avalia que uma carteira deve ser construída de forma a incluir uma parte da alocação em empresas cujo crescimento é impulsionado pela inovação. "Identificar e investir em empresas inovadoras operando em setores favoravelmente posicionados será crucial. Isso envolve procurar os nomes de maior convicção em nível mundial, em todos os setores e áreas de inovação."

Fonte: Valor


Tópicos:
visualizações