São Paulo - Para controlar o câmbio, o BC pode usar as reservas, que estão na casa dos R$ 350 bilhões, e fazer operações que segurem a valorização. Mas também será obrigado elevar o juro. “Como teremos mais um ano de PIB fraco, fica claro que o País está preso numa armadilha de baixo crescimento”, diz José Roberto Mendonça de Barros.
A semana terminou sem que os bancos revisassem as projeções de juro, mas no mercado futuro a taxa na primeira semana de 2014 se aproxima de 9% - quase um ponto porcentual acima dos 8% de hoje. As previsões para o PIB ficam entre 2,5% e 2,8% - mas longe dos 4% prometidos por Mantega.
Gastar demais neste momento cria um problema adicional. A alta do dólar é um fenômeno global. O Federal Reserve, o banco central americano, sinalizou que a recuperação da economia americana teve início. Os investidores começaram a tirar o dinheiro dos países emergentes para buscar novas oportunidades nos Estados Unidos.
“O padrão de fluxo de capitais para os Brics, nós incluídos, vai ficar diferente - mais ralo e, sobretudo, mais seletivo”, diz o economista Gustavo Franco, sócio da Rio Bravo Investimentos. A disputa pelos recursos entre os emergentes tende a se acirrar justamente no momento em que o Brasil deixou de ser o queridinho dos investidores.
Fonte: Jornal O Popular