Os acionistas minoritários do Santander Brasil escolheram a empresa de assessoria financeira Rothschild para fazer o laudo de avaliação da oferta de troca de ações do banco brasileiro por papéis do grupo Santander.
Em assembleia realizada ontem, 69,11% dos minoritários presentes à reunião votaram a favor do Rothschild, em uma lista que incluía também Bank of America Merrill Lynch (BofA), KPMG e Goldman Sachs. No total, acionistas representantes de 62,35% das ações em circulação estavam presentes, de acordo com ata do encontro.
Durante a assembleia de ontem, o controlador do Santander Brasil também aprovou a saída do banco do Nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa. A mudança teve aprovação de acionistas representantes de 75% do capital com direito a voto, fatia equivalente àquela detida pelo grupo espanhol.
Ambas as decisões tomadas ontem fazem parte de uma operação anunciada pelo grupo Santander em abril. O banco espanhol tem a intenção de comprar os 25% do capital do Santander Brasil em circulação no mercado. Com isso, os acionistas que aceitarem a oferta deverão receber como pagamento Brazilian ou American Depositary Receipts (BDRs ou ADRs) representativos de ações de emissão do Santander Espanha.
Em recente entrevista ao Valor, o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, disse que, mesmo com a saída do nível 2, a intenção não é expulsar acionistas. "Nosso nível de governança vai ser o que têm os concorrentes hoje. Estaremos iguais aos demais. Mas montamos uma governança de Nível 2, e ela não será mexida. Teremos quatro conselheiros independentes, comitê de governança. Em definitivo, não vai mudar nada", disse.
Para que a operação seja concluída, no entanto, novos trâmites estão previstos. Os acionistas do Brasil e da Espanha ainda terão de autorizar a operação em assembleia, será necessário admitir a negociação dos BDRs na BM&FBovespa e o banco terá de fazer o registro da oferta voluntária na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Na semana passada, o Santander Espanha deu o primeiro passo da operação ao entrar com um pedido de registro inicial de companhia na CVM como emissor estrangeiro. A Superintendência de Relações com Empresas (SEP), da CVM, está avaliando se o banco enviou toda a documentação necessária para o registro. Em caso positivo, a autarquia tem 20 dias úteis para analisar o pedido de registro e dizer se aceita ou não.
Fonte: Valor Econômico