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Mudanças econômicas: Clima ainda é de incerteza

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29/10/2014 - 08:56

E agora, Dilma? Economistas em Goiás receiam a manutenção de políticas econômicas equivocadas

O discurso de mudança encampado pela presidente Dilma Rousseff após a sua reeleição no domingo não amenizou a desconfiança de economistas em Goiás sobre os rumos que serão adotados para a política econômica nacional. A expectativa de um possível nome do setor privado para ocupar a pasta da Fazenda já ameniza os ânimos de mercado, mas não será capaz de transformar a linha adotada até agora por um governo intervencionista, analisam os especialistas.

Uma das primeiras evidências de que mudanças significativas não ocorrerão, de fato, pode ser observada na fala da presidente quando diz que fará transformações sem sacrificar a população e os programas sociais, lembra o presidente do Conselho Regional de Economia em Goiás (Corecon-GO), Antônio Eurípedes de Lima. “Ajustes exigem sacrifícios. Para adaptar o orçamento e ter superávit para pagar as dívidas, é preciso reduzir gastos. E para fazer isso, é preciso pessoa com autonomia à frente da política econômica. Mas, num passado recente, vimos presidente de banco público tentando fazer essa equação e ser demitido.”

O presidente da Associação dos Economistas de Goiás (Asecon), Edilson Aguiais, é ainda mais taxativo. Para ele, mesmo com a troca de ministros, não haverá alterações no cenário, porque o governo deve continuar a seguir linhas equivocadas nas políticas econômica (centrada no subsídio às indústrias, com redução de IPI) e social (com ampliação das bolsas). Ambos os casos ajudam no aumento do endividamento interno e não alteram a produtividade, que é peça-chave para o controle da inflação.

“Se as indústrias não avançam na produtividade, não conseguem aumentar a oferta de produto no mercado. Em contrapartida, continuam a sofrer com o aumento de custos dos reajustes salariais e de matéria-prima. Isso leva à pressão por reajuste de preços e alimenta o círculo vicioso da inflação”, explica.

Para Edilson, sem reformas estruturais profundas, não há como mudar os rumos da economia. Isso inclui retirar a tributação do consumo para colocá-la na renda e na propriedade. Já Antônio Eurípedes diz que as reformas trabalhista, tributária e administrativa tão urgentes no que diz respeito à desoneração da folha de pagamento e à redução dos gastos da máquina pública, não devem ser feitas num prazo de até dois anos, pela complexidade de se equacionar forças.

Nesse cenário ainda nebuloso, os empresários têm consciência de que ainda enfrentarão situações austeras no próximo ano. Mas não deixarão de articular pelas alterações que consideram mais urgentes.

Nomes

Entre os nomes especulados para o Ministério da Fazenda, estão três executivos da área privada: Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco; Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central; e Rossano Maranhão, executivo do Banco Safra.

Pedro Alves de Oliveira


Presidente da Fieg

"A expectativa é de que os parlamentares e governantes eleitos convirjam para a implementação de uma agenda positiva, que conduza o País ao desenvolvimento social e econômico. Para retomar o crescimento e ganhar produtividade, o Brasil precisa enfrentar muitos desafios. A reforma tributária, que depende das reformas política e administrativa, é o primeiro item da lista. 
Hoje, a carga tributária no Brasil é tida como o maior problema das empresas, ela é excessiva e complexa, gera inseguranças, bitributação, tem várias distorções e restringe a competitividade da nossa economia. Esperamos uma reforma que simplifique o sistema de arrecadação de impostos, acabe com a cobrança dos tributos em cascata e desonere os investimentos e as exportações.
Trabalhar pela desburocratização da máquina pública também deve ser prioritário para a próxima gestão federal. A burocracia excessiva que as empresas enfrentam diariamente gera custos, não só para o setor produtivo, mas também para a sociedade e o próprio governo. Ela inibe investimentos, desvia recursos produtivos para áreas não-produtivas e incentiva a informalidade e a corrupção. A modernização das leis do trabalho é outra questão que o setor espera ser discutida, com foco na regulamentação da terceirização e na valorização das negociações coletivas, mesmo que não seja pauta prioritária para o governo eleito. É necessário unir o País e governar para todos.”


Euclides Barbo


Presidente em exercício da Acieg
 

"Várias medidas econômicas são urgentes para o País faz algum tempo. Há dois anos o setor empresarial cobra mudanças no rumo da economia para retomar o crescimento. No entanto, o governo Dilma insiste no que não tem dado certo. Precisou quase perder a eleição para perceber que o rumo estava errado. É imprescindível uma reforma tributária que simplifique o sistema, desonere a produção, preserve e dê condições aos empresários de produzir com competitividade, sem eliminar diferenciações para que Estados também se industrializem. Durante o último mandato, a presidente Dilma trabalhou arduamente contra os incentivos fiscais. É preciso uma postura diferente neste mandato. Defendemos uma nova política industrial, que não se restrinja a poucos setores, como vinha sendo feito, mas que busque também estimular setores abandonados pelo governo federal. A política industrial precisa ser para todas indústrias do País e não apenas para a indústria tradicional e da Região Sudeste. O controle da inflação também é emergencial, não apenas para que a população retome seu poder de compra e volte a consumir, mas para que as empresas recuperem seu poder de investimento, visto que o custo de produção hoje é extremamente alto. Esperamos que haja uma preocupação da presidente em minimizar o custo dos preços controlados nesses primeiros 12 meses do novo mandato, para que não haja o risco de acelerar ainda mais a inflação. O temor do comércio é que o governo adote forte aumento de juros para conter preços e afugente ainda mais o movimento de fim de ano.” 

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José Evaristo dos Santos


Presidente da Fecomércio-GO


"O Brasil encontra-se atualmente com a economia estagnada. As taxas de juros estão altas, as vendas fracas, a inflação elevada e o dólar pressionado. Esse quadro tem levado a uma cautela por parte do setor produtivo em relação aos estoques, dado que para carregá-los o custo é alto, além do custo de oportunidade de tirar proveito dos juros altos do mercado de capital. O que o setor empresarial espera são mudanças profundas no modelo econômico que aí está, condição fundamental para recuperar a confiança dos investidores. Vários indicadores têm mostrado uma queda na confiança dos empresários nos últimos meses, entre eles a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e o Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cujo índice vem caindo paulatinamente e está hoje no limite entre otimismo e pessimismo, no mais baixo nível da série histórica da pesquisa. O fato é que, até o momento, não conhecemos as propostas da presidente reeleita Dilma Rousseff para resolver essa equação, o que só aumenta a sensação de insegurança para fazer os investimentos necessários para a retomada do crescimento da economia do País.” 

 


José Mário Schreiner


Presidente da Faeg

"Entre as principais demandas do agronegócio para o próximo mandato da presidente Dilma estão o aprimoramento do seguro rural e infraestrutura e logística. A infraestrutura de transporte é principal gargalo para o desenvolvimento do setor. Além da reestruturação da malha viária, é preciso investir em ferrovias e hidrovias para baratear o custo do transporte para melhorar o escoamento da produção agrícola. 

A agropecuária precisa de um seguro de qualidade porque a atividade do produtor está sujeita à instabilidade do mercado, do ambiente econômico e do clima. A garantia da segurança jurídica também é uma questão fundamental, principalmente no que se refere a questões trabalhistas e indígenas. Além disso, garantir mais agilidade no registro de defensivos agrícolas é determinante para reagirmos ao ataque de pragas, que surgem e devastam lavouras antes que os produtos sejam liberados. 

Por fim, o investimento em assistência técnica é fundamental para garantir o progresso dos pequenos produtores. O Brasil é referência mundial na utilização de tecnologia agrícola, mas ela não chega à classe produtora de menor renda, que não possui capacitação para aplicar a tecnologia no campo.”

Fonte: Jornal O Popular

 

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