Investidores reagiram à revisão tarifária da Cemig. Estatal mineira recuou 13,95% e Ibovespa, 0,59%
São Paulo - A Bovespa segue descolada do mercado internacional. Apesar dos ganhos das bolsas globais com as menores preocupações com relação a Chipre, o Ibovespa recuou ontem pressionado pelo setor elétrico - destaque para a Cemig - e Petrobras. O Ibovespa terminou o dia de com perda de 0,59%, aos 56.030,03 pontos. Na mínima, registrou 55.831 pontos (-0,94%) e, na máxima, 56.396 pontos (+0,06%).
A Cemig foi o catalisador negativo do setor elétrico ontem. A Aneel reduziu a base de remuneração da companhia para o terceiro ciclo de revisão tarifária e levantou a preocupação de que isso acontecerá com as demais distribuidoras. O temor de ingerência política, muito falado à época das regras da renovação das concessões do setor, voltou a penalizar os papéis e afetou também a Petrobras.
As ações da estatal do petróleo caíram 1,26% na ON e 1,31% na PN, diante dessa leitura de influência política sobre a empresa e depois que o JPMorgan reduziu o preço-alvo dos ADRs da companhia de US$ 24 para US$ 22. Cemig PN caiu 13,95%, a maior baixa do índice.
No exterior, a recusa do Parlamento do Chipre em aprovar o confisco de parte dos depósitos nos bancos do país trouxe alívio para os investidores e as bolsas europeias subiram. Nos EUA, o sinal positivo europeu ecoou. Dow fechou com +0,39%, S&P +0,67% e Nasdaq, +0,78%.
Câmbio
A moeda à vista encerrou em alta de 0,25%, a R$ 1,9920 no balcão - maior valor desde o fechamento em 4 de fevereiro (a R$ 1,9930). Durante a sessão, oscilou de R$ 1,9780 -0,45%) a R$ 1,9930 (+0,30%).
Chipre pede socorro aos russos e prorroga fechamento de bancos
O governo de Chipre prorrogou o feriado bancário no país até terça-feira e pediu ajuda à Rússia para tentar evitar a imposição de medidas drásticas de austeridade em troca de um pacote de 10 bilhões de euros da União Europeia - os credores internacionais do país exigem 5,8 bilhões de euros.
Na terça-feira, o Parlamento da ilha no mar Mediterrâneo rejeitou - com 36 votos contra, 19 abstenções e nenhum a favor - a cobrança de impostos sobre depósitos bancários privados, condição da UE para liberar o dinheiro. O país estendeu ainda mais o feriado bancário, que deveria acabar hoje, na tentativa de evitar que correntistas corram em massa aos bancos. O porta-voz do governo, Christos Stylianides, afirmou que um “plano B” está sendo estudado, sem dar detalhes.
O Ministério das Finanças da Rússia informou que os cipriotas pediram juros menores e prorrogação por cinco anos de um contrato de 2,5 bilhões de euros - além de um novo empréstimo, de 5 bilhões de euros.
Fonte: Jornal O Popular