Rio - A inflação medida pelo Í IPCA de 0,86% em janeiro, a maior para o mês desde 2003, e as declarações do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, à colunista Míriam Leitão de que a situação “não é confortável” e preocupa, fizeram boa parte do mercado mudar suas projeções e apostar em uma elevação dos juros já este ano. Para controlar os preços — o índice oficial já acumula alta de 6,15% nos últimos 12 meses, se aproximando do teto da meta do governo, de 6,5% — o BC subiria a taxa básica de juros Selic, hoje em 7,25% ao ano, o seu piso histórico, para 7,5%.
Essa alta de pelo menos 0,25 ponto percentual aparece na maioria das apostas dos investidores que negociaram contratos DI com vencimento em janeiro de 2014, segundo o economista-chefe da Humaitá Investimentos, Guido Chagas. Fecharam nesta ontem negociados na média em 7,44%, ante 7,35% no pregão anterior.
Ele avalia que a entrevista de Tombini foi o estopim para uma disparada nas apostas que preveem um aumento na Taxa Selic ainda em 2013: “ O mercado calcula uma alta de juros até o fim de 2013, de pelo menos 0,25 ponto percentual. É necessária, mas não sei se o BC é independente para tomar essa decisão.”
André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, também vê os mesmos sinais no mercado de juros futuros. Para ele, está indicada uma alta de 0,25 ponto percentual da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de novembro deste ano. É a percepção de que o BC terá de voltar a subir a Selic para conter o crescimento, e tentar segurar os preços.
Fonte: Jornal O Popular