Cenário eleitoral embalou ontem Petrobras e Banco do Brasil, que puxaram ganho de 4,78% da Bovespa
São Paulo - A Bolsa brasileira registrou ontem sua maior alta desde agosto de 2011, com investidores reagindo de maneira positiva à declaração de apoio da ex-candidata à Presidência Marina Silva (PSB) a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno eleitoral, feita no fim de semana. Outro motivo para a alta foi uma pesquisa Sensus divulgada no sábado, que mostra Aécio com 52,4% das intenções de voto contra 36,7% de Dilma Rousseff (PT), invertendo as posições do primeiro turno eleitoral.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subiu 4,78%, para 57.956 pontos. Foi a maior alta porcentual desde 9 de agosto de 2011, quando o índice subira 5,1%.
Estatais e bancos - o chamado “kit eleitoral” - foram os protagonistas do dia.
Os papéis do Banco do Brasil lideraram as altas, ao avançarem 10,86%, para R$ 33,48. Ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas, ficaram em segundo lugar, com alta de 10,54%, para R$ 22,13. As ações ordinárias, com direito a voto, subiram 9,96%, para R$ 20,75.
Desde a véspera do primeiro turno, as ações da petrolífera registram valorizações expressivas. As ações preferenciais da empresa acumulam alta de 20,6%, e as ordinárias, de 18,6% no período.
Ainda no “kit eleitoral”, as ações do Itaú Unibanco fecharam com valorização de 7,55%, cotadas a R$ 38, e as do Bradesco avançaram 7,81%, para R$ 39,16.
“O peso todo da alta foi da pesquisa Sensus. O cenário eleitoral está tão incrustado no mercado financeiro que tem sido sua principal influência”, diz Frederico Lukaisus, da Fator Corretora.
Desde o início da campanha eleitoral, o mercado financeiro reage positivamente a chances de a oposição derrotar a atual presidente. Segundo analistas, os investidores veem com bons olhos eventual mudança de gestão nas estatais, pois avaliam que a administração atual tem sido intervencionista.
Dólar cai
No mercado cambial, o dólar recuou em relação ao real, em linha com o que aconteceu com as moedas dos principais países emergentes. Após acumular queda de 2,22% na semana passada, o dólar caiu 1,20% ante o real, para R$ 2,3890.
Assim como no mercado acionário, analistas avaliam que o câmbio também está sendo influenciado pelo fator eleições.
Para Tarcisio Joaquim, diretor de câmbio do Banco Paulista, enquanto não terminar o segundo turno, as eleições é que darão o tom no mercado cambial.
O Banco Central manteve ontem suas intervenções diárias, com vendas e rolagens de contratos de swap cambial (equivale a uma venda futura de dólar) que, ao todo, despejaram mais de US$ 590 milhões no mercado.
Fonte: Jornal O Popular